FLORAÇÕES DE ALGAS NOCIVAS E SEUS EFEITOS AMBIENTAIS

Authors

  • Nathália Oliveira de Castro Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Gleyci A. de Oliveira Moser Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Keywords:

alelopatia, biomagnificação, envenenamento, fitoplâncton, ficotoxinas

Abstract

O termo florações algais nocivas (FANs) inclui tanto espécies produtoras de toxinas, que podem contaminar consumidores topo através da biomagnificação, quanto os grandes produtores de biomassa, que podem levar à depleção de oxigênio dissolvido na coluna de água e, consequentemente, aumentar as taxas de mortalidade no ambiente marinho, tendo produzido ou não toxinas; além daqueles que provocam efeitos inflamatórios e danos mecânicos à peixes e invertebrados. Em especial, a síntese de toxinas (armazenadas internamente ou secretadas no meio) é considerada uma estratégia do fitoplâncton para reduzir o efeito de potenciais competidores e predadores. Das mais de 5000 espécies conhecidas do fitoplâncton, somente 6% pode ser nociva e menos de 2% produtora de toxina. Originalmente fenômenos naturais comuns às mais diversas regiões do planeta, as FANs apresentam aumento de sua extensão e persistência, relacionadas ao impacto da ação antropogênica responsável pela eutrofização das águas costeiras, transporte de organismos pela água de lastro, crescimento da aquacultura e mudanças climáticas associadas ao crescimento da atividade industrial nos últimos dois séculos. Uma vez que cada espécie apresenta diferentes estratégias adaptativas e responde de diferentes maneiras às modificações do ambiente, defende-se que investigações bem sucedidas serão aquelas que consigam identificar e quantificar as adaptações específicas das espécies causadoras de FANs que levam à sua seleção, em particular às diversas condições hidrodinâmicas e ecológicas. Dessa forma, o presente tabalho visa apresentar uma breve revisão sobre os principais aspectos relacionados ao desenvolvimento dessas florações e, principalmente, relatar alguns casos sobre o impacto de sua ocorrência nas comunidades costeiras.

Published

2017-02-21