VÍRUS ENTÉRICOS NA LAGOA RODRIGO DE FREITAS

Authors

  • Carmen Baur Vieira
  • Anna Carolina de Oliveira Mendes
  • Jaqueline Mendes de Oliveira
  • Ana Maria Coimbra Gaspar
  • José Paulo Gagliardi Leite
  • Marize Pereira Miagostovich

Keywords:

vírus entéricos, água recreacional, PCR convencional, PCR quantitativa.

Abstract

Os vírus são atualmente considerados importantes contaminantes de águas superficiais, embora ainda não estejam incluídos nos parâmetros de balneabilidade avaliados para exposição humana em águas. Este estudo tem como objetivo avaliar a contaminação pelos principais agentes etiológicos da gastrenterite viral aguda [rotavírus espécie A (RVA) e norovírus (NoV)], adenovírus humanos (HAdV) e vírus da hepatite A (HAV) em águas superficiais da Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro, pela detecção, quantificação e caracterização molecular destes agentes, correlacionando-os com parâmetros microbiológicos de qualidade da água. Entre Agosto de 2007 e Julho de 2008, 2L de água superficial foram coletados mensalmente em 12 pontos, incluindo 10 pontos na Lagoa Rodrigo de Freitas, um no Rio dos Macacos e um na praia do Leblon, totalizando 144 amostras. As amostras foram concentradas 1000X pelo método de adsorção-eluição utilizando membrana carregada negativamente e reconcentradas a um volume final de 2mL em Centriprep®YM-50. RVA, NoV, HAdV e HAV foram detectados e quantificados pelas técnicas de reação em cadeia pela polimerase convencional e quantitativa (cPCR / qPCR) precedidas por transcrição reversa (RT). Pela análise conjunta destas metodologias, RVA, NoV, HAdV e HAV foram detectados em 24,3% (35/144), 18,8% (27/144), 16,7% (24/144) e 21,5% (31/144) das amostras estudadas, respectivamente. E.colifoi quantificada por Kit Colilert®-18 Quanti-Tray® /2000 em cada ponto de coleta como um indicador microbiológico de contaminação fecal e 87,5% (126/144) das amostras foram caracterizadas como próprias a balneabilidade conforme estabelecido pela legislação vigente. RVA, NoV, HAdV e HAV foram detectados em 23,8% (30/126), 16,7% (21/126), 15,1% (19/126) e 23,0% (29/126), respectivamente, das amostras consideradas próprias, evidenciando a presença de vírus em águas que estão dentro dos padrões aceitáveis para E.coli. Os dados obtidos neste estudo enfatizam a necessidade do estabelecimento de parâmetros virais para a avaliação da qualidade da água e a necessidade de se disponibilizar protocolos de detecção viral que auxiliem para a adoção de medidas de controle de contaminação ambiental.

Published

2017-02-21