Políticas neoliberais na América Latina na década de 1990: uma análise dos aspectos econômicos do Brasil

Autores

Palavras-chave:

Consenso de Washington, neoliberalismo, desindustrialização, Brasil.

Resumo

O presente trabalho tenta demonstrar, na medida do possível, no que consistiam as políticas neoliberais descritas no Consenso de Washington, as quais foram adotadas pelas principais economias latino-americanas nos anos de 1990, bem como suas principais consequências, enfatizando que a promessa de estabilização monetária e de concomitante crescimento econômico sustentado não se concretizou. O que se verificou foi um processo de crescimento em “stop and go”, em que os países, em conjunto, apresentaram, para a década de 1990, uma média de crescimento de 0,7%, com taxas negativas em 1990, 1995 e 1999. Acerca do Brasil, foi elaborada uma análise empírica mais profunda, demonstrando os impactos negativos também do ponto de vista do impacto na indústria, ao trazer à análise os indicadores da Confederação Nacional da Indústria (CNI), como o coeficiente de insumos industriais importados e de penetração de importações da indústria de transformação e tocantes ao tamanho do Estado. Este panorama busca destacar os principais resultados da adoção das condutas neoliberais na América Latina, em que esses países, mesmo deixando de ser denominados como países endividados e passando a ser considerados países em desenvolvimento, não lograram fundar um período de crescimento sustentado em suas economias.

Biografia do Autor

Arthur Osvaldo Colombo, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutorando em Economia pelo programa de pós-graduação em Economia da Indústria e Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com bolsa concedida pelo Programa de Excelência Acadêmica/Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (PROEX/CAPES). Mestre em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Graduado em Economia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Foi bolsista de Iniciação Científica pelo Programa Bolsa a Iniciação Científica e Tecnológica Institucional - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (PIBIC-FAPEMIG). Foi bolsista durante o mestrado pela (CAPES).Tem como principal linha de pesquisa a área de Indústria e Inovação, atuando especialmente na temática da desindustrialização no Brasil.

Sarah Gonçalves Patrocínio Sartório, UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais)

Doutoranda em Economia pela UFMG/CEDEPLAR. Mestre em Teoria Econômica (2019) pelo Programa de Pós-graduação em Economia da Universidade Federal do Espírito Santo - UFES. Graduada em Ciências Econômicas (2017) pela mesma universidade. Atuou na Secretaria Municipal de Planejamento e Projetos Estratégicos da Prefeitura Municipal de Vila Velha. Desenvolve pesquisa na área de Política Econômica, tem interesse em temas como corrupção e privatização. Em 2018, recebeu o Prêmio Espírito Santo de Economia na categoria Artigo Científico pelo Conselho Regional de Economia do Espírito Santo.

Ednilson Silva Felipe, UFES (Universidade Federal do Espírito Santo)

Professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo - UFES. Coordenador do GPIDECA - Grupo de Pesquisa em Inovação e Desenvolvimento Capixaba. Coordenador do Observatório do Desenvolvimento Capixaba - ODC. Doutor em Economia pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em Teoria Econômica (2006) e graduado em Ciências Econômicas (2003) pela Universidade Federal do Espírito Santo. Especialista em Controladoria e Finanças Empresariais, pela Universidade Federal de Lavras - MG (2007). Professor do Programa de Pós-Graduação em Economia/UFES e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Desenvolvimento Sustentável/UFES

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Publicado

2023-07-18

Edição

Seção

Artigos e Ensaios