Resiliência hegemônica e declínio produtivo: o poder estrutural dos Estados Unidos perante a ascensão da China

Auteurs-es

Mots-clés :

Poder estrutural, Estados Unidos, China, Balança de poder

Résumé

Este artigo discute uma série de indicadores para determinar a situação da hegemonia dos Estados Unidos perante a ascensão da China. A partir do conceito de Susan Strange de poder estrutural são comentados indicadores sobre os quatro aspectos do poder: militar, conhecimento, produtivo e financeiro. Argumenta-se que a hegemonia estrutural dos Estados Unidos é ‘muito forte’, sobretudo nas dimensões militar e financeira, sendo ‘forte’ na dimensão do conhecimento. No entanto, na dimensão produtiva os Estados Unidos têm superioridade, mas há um declínio relativo perante a China. Desse modo, a análise permite criticar duas ideias influentes na literatura: a hipótese do declínio terminal e a hipótese da unipolaridade estática. Em outras palavras, os Estados Unidos são a única superpotência do sistema, não há declínio terminal, mas a hegemonia pode ser ameaçada pela China no longo prazo em função das mudanças incrementais que despontaram na estrutura produtiva.

Bibliographies de l'auteur-e

Filipe Almeida do Prado Mendonça, Universidade Federal de Uberlândia

Professor Associado do Instituto de Economia e Relações Internacionais (IERI) da Universidade Federal de Uberlândia e do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da UFU (PPGRI-UFU).

Mateus de Paula Narciso Rocha, Universidade Estadual Paulista

Mestre em Relações Internacionais pelo Programa de Pós-graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia e doutorando em Ciências Sociais na Universidade Estadual Paulista. Servidor federal.

Références

ARRIGHI, G (2007). Adam Smith in Beijing: Lineages of the Twenty-First Century. New York: Verso.

ART, R. (2010). The United States and the Rise of China: Implications for the Long Haul. Political Science Quaterly. V. 125 (3), pp. 359-391, Fall.

______ (2003). A Grand Strategy for America. Ithaca: Cornell University Press.

BECKLEY, M. (2018). Unrivaled: Why America Will remain the World’s sole superpower. Ithaca: Cornell University Press. Disponível em: <https://doi.org/10.7591/9781501724794> Acesso em:15/08/2019

______ (2011). China’s Century? Why America’s edge will endure. International Security. 36 (3), pp. 41-78. Disponível em: <https://doi.org/10.1162/isec_a_00066> Acesso em: 15/08/2019

CARTER, A. (2018). Reflections on American Grand Strategy in Asia. Belfer Center Report. Harvard Kennedy School. Cambridge.

CHAN, S. (2008). China, the U.S., and the Power-Transition Theory: A critique. Oxon: Routledge.

CINTRA, M.; MARTINS, A. (2013). O papel do dólar e do renminbi no Sistema Monetário Internacional. In: CINTRA, M. MARTINS, A. (org.). As transformações no Sistema Monetário Internacional. Brasília: IPEA.

COHEN, E. (1996). A Revolution in Warfare. Foreign Affairs. Vol. 75 (2). Pp. 37–54, Mar.–Apr.

COLVIN, G. (2019). It’s China’s World. Fortune. Jul 22.

DEMPSEY, J. (2012). The United States and China: The Return of a Bipolar World. Carnegie Europe (Online). Nov 12.

EICHENGREEN, B. (2011). Exorbitant Privilege: The Rise and Fall of the Dollar. Oxford: Oxford University Press.

FIORI, J. (2018). Geopolítica internacional: a nova estratégia imperial dos Estados Unidos. Saúde debate. V. 42, n. esp. 3, p. 10-17, nov.

______ (Org.) (2004). O poder americano. Petrópolis: Editora Vozes.

______ (2000). Maria da Conceição Tavares e a hegemonia Americana. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, p. 207–235.

FIORI, J. L.; MEDEIROS, C.; SERRANO, F. L. (2008). O Mito Do Colapso Do Poder Americano. Rio de Janeiro: Record.

FOOT, R. (1995). The Practice of Power: US Relations with China since 1949. Oxford: Oxford University Press.

FORTUNE (2023). “Fortune Global 500”. Disponível em: <https://fortune.com/global500/> Acesso em: 01/05/2023

GILPIN, R. (1981). War and Change in World Politics. Cambridge: Cambridge University Press.

GOWAN, P. (2010). A calculus of power. London: Verso.

______ (2004). Triumphing toward international disaster. The impasse in American grand strategy. Critical Asian Studies, V.36, Pages 3-36.

GU, X. (2022). Structural Power in the Global Age: Why Modernity is Ending and Globality Prevails. [s.l.] Springer.

HARVARD GROWTH LAB (2023). The Atlas of Economic Complexity by @HarvardGrwthLab. Disponível em: <https://atlas.cid.harvard.edu/explore/stack?country=43&year=2020&queryLevel=location&startYear=1995&productClass=HS&product=undefined&target=Product&partner=undefined>. Acesso em: 13/07/2023

HAYTON, B. (2014). The South China Sea: The Struggle for Power in Asia. New Haven: Yale University Press.

IISS (2018). The Military Balance: The annual assessment of global military capabilities and defence economics. The International Institute for Strategic Studies.

IMF [s.d.]. Currency Composition of Official Foreign Exchange Reserve (COFER). Disponível em: <http://data.imf.org/?sk=E6A5F467-C14B-4AA8-9F6D-5A09EC4E62A4> Acesso em: 01/08/ 2019

IMF [s.d.]. IMF Annual Report (Vários anos) . Disponível em: <https://www.imf.org/en/Publications/SPROLLs/annual-reports-archives> Acesso em: 10/10/2019

JOFFE, J. (2009). The Default Power: The False Prophecy of America's Decline. Foreign Affairs, Vol. 88, No. 5, pp. 21-35, September/October.

KWAN, C. (2017). The Rapid Advancement of Chinese Private Enterprises as Revealed by the Fortune Global 500. Research Institute of Economy, Trade and Industry.

______ (2002a). Don’t Confuse “Made in China” with “Made by China”. Research Institute of Economy, Trade and Industry.

______ (2002b). More Trade Friction Looming for China. Research Institute of Economy, Trade and Industry.

LAYNE, C. (2012). This Time It’s Real: The End of Unipolarity and the Pax Americana. International Studies Quarterly. 56 (1), Mar.

______ (2008). China’s Challenge to US Hegemony. Current History. Jan.

______ (2006). The Peace of Illusions: American Grand Strategy from 1940 to the Present. Ithaca: Cornell University Press.

LEITE, A. (2018). O atual momento do desenvolvimento chinês: planejamento regional, investimento e comércio internacional. In: VADELL, J. (Org.) A expansão econômica e geopolítica da China no século XXI. Belo Horizonte: Editora PUC Minas.

LIMA, M. C. (2018). A nova teoria das Relações Internacionais Chinesa e a ascensão do país: o conceito de Tianxia. In: VADELL, J. (Org.) A expansão econômica e geopolítica da China no século XXI. Belo Horizonte: Editora PUC Minas.

MANSBACH, R. W.; FERGUSON, Y. H. (2021). The Return of Geopolitics and Declining U.S. Hegemony. Em: MANSBACH, R. W.; FERGUSON, Y. H. (Eds.). Populism and Globalization: The Return of Nationalism and the Global Liberal Order. Cham: Springer International Publishing. p. 89–140.

MARTINS, A. (2018). A internacionalização do Renminbi e a ascensão do poder monetário chinês. In: VADELL, J. (Org.) A expansão econômica e geopolítica da China no século XXI. Belo Horizonte: Editora PUC Minas.

MEDEIROS, C. (2004). O Desenvolvimento tecnológico americano no pós-guerra como um empreendimento militar. In: FIORI, J. (ed.) O Poder Americano. Petrópolis: Vozes.

NAKAMURA, Y. (2019). China’s exports climb value chain, feeding into US trade tensions. Asia Nikkei Review. March 13.

NESMASHNYI, A. D. (2023). European Security Crisis and US Hegemony: Reversing the Decline? European Security. Disponível em: <https://eng.globalaffairs.ru/articles/european-security-crisis/> Acesso em: 13/07/2023

NSB (2023). Production and Trade of Knowledge- and Technology-Intensive Industries | NSF - National Science Foundation. Disponível em: <https://ncses.nsf.gov/pubs/nsb20226/production-patterns-and-trends-of-knowledge-and-technology-intensive-industries#kti-industries-in-the-global-economy>. Acesso em: 13/07/2023

NYE, J. (2004). Soft Power: The means to success in world politics. New York: Public Affairs.

______ (1990). Soft Power. Foreign Policy. Nº 80. Autumn, pp. 153–171.

OECD (2023). Research and development (R&D) - Gross domestic spending on R&D - OECD Data. Disponível em: <http://data.oecd.org/rd/gross-domestic-spending-on-r-d.htm>. Acesso em: 13/07/2023

PAPE, R. (2009). Empire falls. The National Interest. N. 99, p. 21–34, Jan-Feb.

PARMAR, I.; COX, M. (2010). Soft Power and US Foreign Policy: Theoretical, Historical and Contemporary Perspectives. New York.

RAND CORPORATION (2015). Project Air Force: An Interactive Look at the US-China Military Scorecard. Rand, sep. Disponível em: <http://www.rand.org/paf/projects/us-chinascorecard.html> Acesso em: 22/07/2019

ROCHA, M. (2020). A Doutrina Cronos: O quarto padrão da política dos Estados Unidos para a China. Dissertação de Mestrado em Relações Internacionais. Universidade Federal de Uberlândia. Disponível em: <http://doi.org/10.14393/ufu.di.2019.2599> Acesso em: 03/08/2021

SERRANO, F. (2008). A economia americana, o padrão 'dólar-flexível' e a expansão mundial nos anos 2000. In: FIORI, J. SERRANO, F. MEDEIROS, C. O mito do colapso americano. Rio de Janeiro: Record.

SHANGAI RANKING (2019). Academic Ranking of World Universities. Database. Disponível em: <http://www.shanghairanking.com> Acesso em: 15/08/2019

SHATZ, H. (2016). U.S. International Economic Strategy in a Turbulent World. Santa Monica: Rand Corporation.

STRANGE, S. (1987). The persistent myth of lost hegemony. International Organisation. 41, 4 (Autumn): 551 – 574. Disponível em: <https://doi.org/10.1017/s0020818300027600> Acesso em: 15/08/2019

TAVARES, M. C. (1985). A retomada da hegemonia norte-americana. Brazilian Journal of Political Economy, v. 5, n. 2, abr.

WINECOFF, W. K. (2020). “The persistent myth of lost hegemony,” revisited: structural power as a complex network phenomenon. European Journal of International Relations, v. 26, n. 1_suppl, p. 209–252.

WORLD BANK (2023). World Bank national accounts data, and OECD National Accounts data files. Disponível em: <https://data.worldbank.org>. Acesso em: 13/07/2023.

Téléchargements

Publié-e

2023-07-18

Numéro

Rubrique

Artigos e Ensaios