PROFESSOR NÃO ADOECE, MORRE! OS IMPACTOS DAS MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR PÚBLICA SOBRE A SAÚDE E A VIDA DOS DOCENTES

Autores

Palavras-chave:

Saúde Docente, Neoliberalismo, Trabalho Docente, Óbito.

Resumo

O capitalismo global, de cariz neoliberal transformou a educação em área de realização de lucro e valorização do capital, o que acabou gerando mudanças na organização e no processo de trabalho dos docentes. Na educação pública tivemos ainda um processo de sucateamento e precarização das condições de trabalho. Este cenário pode ter contribuído para a deterioração da saúde dos trabalhadores da área, dentre eles os docentes. Desde 2013, tem-se dedicado a investigar os efeitos dessas alterações na saúde e na vida dos professores do ensino superior público. O presente artigo é fruto de uma fase desta pesquisa, na qual busca-se identificar e qualificar as mortes de professores ativos da maior instituição federal de ensino superior do Brasil, a UFRJ ocorridas entre os anos 1995 e 2016. Para qualificar os óbitos encontrados, usou-se variáveis analíticas como sexo, idade, unidade acadêmica a qual se vinculavam quando da morte e causa mortis. Dentre os resultados que serão apresentados, destaca-se os 95 óbitos com idades prematuras, e ainda alguns por neoplasia maligna.

Biografia do Autor

Alzira Mitz Bernardes Guarany, Escola de Serviço Social/UFRJ

Professora Adjunta da ESS/UFRJ; Pesquisadora da área do Trabalho, Sociabilidade e Saúde do Trabalhador; coordenadora do Laboratório de Estudos em Políticas Públicas, Trabalho e Sociabilidade -- LEPPTraS/ESS/UFRJ, com pesquisas e projetos de extensão nestas áreas em execução. 

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Publicado

2020-12-15

Edição

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Artigo