PRÁTICAS ANTICAPACITISTAS NAS UNIVERSIDADES: UMA RESPONSABILIDADE COLETIVA

Autores

Palavras-chave:

Acessibilidade, Capacitismo, Ensino Superior, Acesso Libertador, Formação Anticapacitista.

Resumo

Este artigo tem por objetivo dialogar com os profissionais do ensino superior no que se refere à importância da construção de práticas anticapacitistas que efetivamente transformem as instituições de ensino. Para tanto, serão trabalhados importantes conceitos para o campo da acessibilidade e dos Estudos sobre Deficiência, como o capacitismo (MELLO, 2016), a fadiga de acesso (KONRAD, 2021) e o acesso libertador (MINGUS, 2017). Além disso, compartilharemos algumas experiências que desenvolvemos na universidade de cursos de extensão voltados para a formação de servidores públicos atuantes no ensino superior. Tais experiências permitiram a criação de cinco pistas para desenvolvermos práticas anticapacitistas nas instituições de ensino, que serão compartilhadas neste artigo. O referencial metodológico utilizado foi o do pesquisarCOM (MORAES, 2022), que nos permite apostar nos encontros com a deficiência, o que inclui a sustentação de dissensos e atenção aos riscos de operarmos como vetores de opressão nos dispositivos de pesquisa.  Tal ferramenta também possibilita que outras histórias da deficiência sejam contadas, que não apenas aquelas que reforçam a narrativa biomédica capacitista neoliberal. Defendemos também que o capacitismo é estrutural e estruturante e que as lutas anticapacitistas não devem estar desatreladas da luta anticapitalista. Concluímos com a defesa da importância de produzirmos um acesso libertador (MINGUS, 2017), compreendendo que a acessibilidade deve ser uma responsabilidade coletiva. O direcionamento ético-político defendido é o da produção de uma acessibilidade que liberte e que produza conexões e não mais silencie e isole as pessoas com deficiência.

Biografia do Autor

Luiza Teles Mascarenhas, Universidade Federal Fluminense e Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Doutora e Mestre em Psicologia pelo Programa de Pós Graduação da Universidade Federal Fluminense. Pós doutorado em andamento no Programa de Pós
Graduação em Psicologia na UFSC. Ocupa o cargo de Técnica em Assuntos educacionais na UFRJ, como servidora efetiva. Dentre as principais atividades
desenvolvidas está a atuação com inclusão e acessibilidade na UFRJ, por meio da concepção e desenvolvimento de cursos de capacitação para servidores
internos e externos à UFRJ. Elabora e ministra cursos de extensão com o objetivo de capacitar os Facilitadores de Aprendizagem que atuam na UFRJ e na UFF.
Atua também com acessibilidade nos grandes eventos da universidade, como a Semana de Integração Acadêmica. Foi Professora Substituta do Departamento de
Psicologia da UFF e do Departamento de Fundamentos da Educação (Faculdade de Educação da UFRJ). Atuou como Psicóloga Escolar no município de
Itaguaí/RJ (2012-2015). Possui bacharelado e licenciatura em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense. Tem experiência nas áreas de Psicologia e
Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: Psicologia Escolar e Educacional, Psicologia Social, Análise Institucional, Psicologia Escolar e Formação
de Professores, Acessibilidade e Inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior.

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Publicado

2024-09-11

Edição

Seção

Relato de Experiência