MÚSICA E PODER IMPERIAL: NERO, ADRIANO E JULIANO
DOI:
https://doi.org/10.26770/phoinix.v25.2.n8Palavras-chave:
música, Império romano, Nero, Adriano, JulianoResumo
O estudo da música no período imperial indica que alguns imperadores tiveram uma relação diferenciada com a cultura musical, e em especial com o que seria a música erudita da época, a música de tradição grega. Abordaremos mais especificamente três imperadores, Nero, Adriano e Juliano, apesar de o fenômeno não se limitar a estes. Além de eles próprios terem recebido educação musical e terem condições de realizar performance musical, o que não era comum na tradição romana, são governantes identificados com o legado cultural grego. Assim, a relação destes com a música está amarrada ao filo-helenismo que embasa o projeto de poder imperial.O apreço destes pela música foi muitas vezes tratado, na historiografia antiga, com argumentos variados, como aspecto negativo. Entendemos que a relação deles com a música está na base do tipo de legitimidade que buscam como governantes e da ideia de Império que os inspira. Ao mesmo tempo, por meio de suas ações, desempenham papel muito relevante na disseminação da música grega erudita em seu tempo, assim contribuindo para a preservação da memória desta para a posteridade. Mas o que fica, aos olhos dos modernos, é a imagem estereotipada e preconceituosa de um Nero sanguinário tocando sua lira enquanto Roma arde em chamas, gerando uma imagem distorcida do papel da música no âmago do projeto
de poder desses imperadores.
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