“O ÍNDIO PREFERIA MORRER”: ANÁLISE DISCURSIVA SOBRE OS MODOS DE SIGNIFICAÇÃO DOS POVOS ORIGINÁRIOS DO BRASIL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61358/policromias.v8i2.58866

Palavras-chave:

Povos originários, Modos de significação, AD materialista.

Resumo

Este artigo é uma ponta de lança ao questionamento sobre os modos de significar os povos indígenas no Brasil; à problematização acerca do apagamento e silenciamento dos povos originários; à inclusão dos povos indígenas na pauta antirracista; e, por último, mas não menos importante, para a ratificação da urgência da efetiva implementação da Lei nº 11.645/08. Os povos indígenas continuam sendo significados, ditos e historicizados como selvagens arredios, preguiçosos e inimigos do progresso. Trazemos como materialidade linguística um trecho da fala de um procurador de justiça e ouvidor do Ministério Público, considerando-a como discurso e filiando-nos à Análise de Discurso (AD) materialista, inicialmente proposta por Michel Pêcheux na França e desenvolvida por Eni Orlandi no Brasil.

Biografia do Autor

Luciana Maria da Silva Figueiredo, UERJ - Doutoranda do PPG- Letras

Professora de língua inglesa da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz; PI Inglês EJA no município de Duque de Caxias.

Doutoranda do PPG Letras/ UERJ. 

Área: Linguística

Janaína da Silva Cardoso, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutora em Estudos Linguísticos e Mestre em Língua Inglesa pela Universidade Federal Fluminense. Professora Associada e Diretora do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Procientista (UERJ).

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Publicado

2023-10-19

Edição

Seção

Artigos