PRODUÇÃO DE SENTIDOS SOBRE SUJEITOS: OS INDÍGENAS COMO UM DAR A SABER NAS NOTAS DE JOSÉ DE ALENCAR
DOI:
https://doi.org/10.61358/policromias.2024.v9n2.64639Abstract
A análise das notas que compõem as obras indianistas Ubirajara e Iracema, do escritor José de Alencar fez parte de um projeto maior que aqui nos dedicamos a apresentar uma parte. Para alcançar o objetivo principal de nossa pesquisa, a saber, compreender de que modo a imagem da mulher indígena é construída nas notas, decidimos percorrer alguns caminhos de análise. Um desses recortes é o que aqui será apresentado e consistiu em propor uma reflexão das notas a partir de seus diferentes modos de existir, a partir de certos funcionamentos. Para que pudéssemos trabalhar as notas em sua especificidade, foi preciso buscar o apoio teórico da História das Ideias Linguísticas (HIL), como concebida na França por Sylvian Auroux e sua equipe e conforme ela vem sendo trabalhada no Brasil em articulação com a Análise do Discurso materialista. Com o intuito de tornar a análise das notas mais precisa percorremos o seguinte caminho analítico: dedicamos um tempo para refletirmos o funcionamento das notas como glossário e o funcionamento enquanto enciclopédias. O percurso assumido nos ajudou a compreender que ora as notas podem funcionar como um dar a saber sobre a língua, ora podem funcionar como um dar a saber sobre os sujeitos. Tais gestos de análise nos ajudaram a aprofundar a compreensão acerca da história das notas de rodapé no Brasil e a forma como ele tem sido abordada em algumas pesquisas no Brasil.
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