Terapia Ocupacional e Agroecologia: reflexões para uma práxis eco-social/Occupational Therapy and Agroecology: reflections for an eco-social praxis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto16552

Palavras-chave:

Agroecologia, Colonialidade da natureza, Terapia ocupacional eco-social

Resumo

Esse texto objetiva promover o diálogo entre a Terapia Ocupacional, enquanto campo que vem se debruçando sobre a ocupação humana e a Agroecologia, enquanto movimento insurgente que vem reivindicando formas alternativas de se relacionar com a natureza e seus recursos, para superar a colonialidade da natureza. É um trabalho de reflexão, tendo como base conceitos calcados principalmente na proposta teórico-prática da Terapia Ocupacional eco-social. As ocupações de sujeitos e grupos sociais estão relacionadas com seus posicionamentos ecológicos dentro do ecossistema, que podem ser destrutivos/alienados ou sustentáveis/conscientes. Para a superação de ocupações humanas pautadas no paradigma capitalista é interessante o estabelecimento de conexões entre a Agroecologia e a Terapia Ocupacional, tendo em vista a capacidade desse profissional em pensar e intervir nessas ocupações, e, assim, construir espaços para superação de padrões ocupacionais baseados no pressuposto capitalista.

 

Abstract

 

This text aims to promote the dialogue between Occupational Therapy, as a field that has been focusing on human occupation, with Agroecology, as an insurgent movement that has been claiming alternative ways of relating to nature and its resources, surpassing the coloniality of nature. It is a work of reflection, having the concepts based mainly on theoretical-practice proposal of the Occupational Therapy eco-social. The occupations of subjects and social groups are related to their ecological placements within an ecosystem, which can be destructive/alienated or sustainable/conscious. Thus, overcome human occupations based on the capitalist paradigm, it is interesting to establish connections between the Agroecology and the Occupational Therapy, in a view of the professional’s ability of thinking and to intervene these occupations, and, therefore, to build spaces for overcoming the occupational patterns based on the capitalist paradigm.

Keywords: Agroecology; Coloniality of nature; Occupational Therapy eco-social.

Biografia do Autor

Magno Nunes Farias, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Educação pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Terapeuta Ocupacional pela Universidade de Brasília (2015). Integra o Núcleo de Extensão e Pesquisa em Educação e Desenvolvimento do Campo - NEPCampo.

Wender Faleiro, Universidade Federal de Catalão

Docente da Universidade Federal de Catalão no curso de Licenciatura em Educação do Campo e no Programa de Pós-Graduação em Educação. Doutor em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia. Vice-líder do NEPCampo.

Referências

Leff E. Agroecologia e saber ambiental. Revista Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável. Porto Alegre. 2002; 3(1): 36-51.

Simó Algado S. Terapia Ocupacional eco-social: hacia una ecología ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional UFSCar. São Carlos. 2012; 20 (1): 7-16. doi: http://dx.doi.org/10.4322/cto.2012.001

Simó Algado S. Terapia ocupacional eco-social. La ocupación humana frente a la globalización. Revista electrónica de terapia ocupacional Galici. A Coruña. 2013;10 (17): 1-11. Disponível em: http://www.revistatog.com/num17/pdfs/ecosocial.pdf . Acesso em: 10 de junho de 2017.

Walsh C. Interculturalidad, plurinacionalidad y decolonialidad: las insurgencias político-epistémicas de refundar el Estado. Tabula Rasa. Bogotá. 2008; 1 (9): 131-152. Disponível em: < http://www.revistatabularasa.org> . Acesso em: 10 de junho de 2017.

Assis WFT. Do colonialismo à colonialidade: expropriação territorial na periferia do capitalismo. Caderno CRH. Salvador. 2014; 27 (72): 613-627. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-49792014000300011

Guhur DMP; Toná N. Agroecologia. In: Caldart, R et al.. Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro. Editora Expressão Popular; 2012, p. 59 - 67.

Quijano A. Colonialidad y modernidad-racionalidad. In.: Palermo, Z; Quintero, P. Anibal Quijano. Buenos Aires. Ediciones del Signo; 2014, p. 60-70.

Grosfoguel R. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais. Coimbra. 2008; (80): 115-147. doi: DOI : 10.4000/rccs.697

Ballestrin L. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política. Brasília. 2013; (11); 89-117. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-33522013000200004

Pereira MCD. Revolução Verde. In: Caldart, R et al.. Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro. Editora Expressão Popular; 2012, p. 685 – 689.

Galano C et al. Manifiesto por la vida Por una ética para la sustentabilidade. Ambiente e Sociedade. Campinas. 2002; (10): 1-14.

Malfitano APS. Campos e núcleos de intervenção na terapia ocupacional social. Revista de Terapia Ocupacional da Univ. São Paulo. 2005; 16(1): 1-8. doi: http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v16i1p1-8

Almeida, MC et al. Glossário de base para a Terapia Ocupacional na Assistência Social. In: Chagas, JNM et al. Terapia Ocupacional na Assistência Social (SUAS). - Rio de Janeiro. CREFITO2; 2015, p.52-57.

Montaño JAM. Ocupación como proceso ecológico. In: Ocupación: sentido, realización y libertad. Diálogos ocupacionales en torno al sujeto, la sociedad y el medio ambiente. Bogotá. Claudia Rojas: Grupo de Investigación Ocupación y Realización Humana - Universidad Nacional de Colombia. Facultad de Medicina. Departamento de la Ocupación Humana; 2011, p. 129-147.

Wilcock AA. An occupational perspective of health II. Thorofare: Slack incorporated; 2006.

Freire P. Pedagogia do Oprimido. 17 º ed. Rio de Janeiro. Paz e Terra; 1987.

Gomes JCC. As bases epistemológicas da Agroecologia. In: Caporal, FR; Azevedo, EO. Princípios e perspectivas da Agroecologia. Instituto Federal De Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná – Educação à Distância.–Paraná. IFPR; 2011, p.13-42.

Lopes RE; Barros DD; Malfitano APS. Terapia Ocupacional Social: aportes para o desenho de um campo. In: Cavalcanti, A.; Galvão, CRC. Terapia Ocupacional: Fundamentação & Prática. 2ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan; No prelo.

Pollard N; Sakellarou D. Prólogo. In: Algado, SS et al. Terapias Ocupacionales desde el sur: derechos humanos, ciudadanía y participación. 1aed. Chile. Editorial USACH; 2016, p.27-29.

Iwama, M. Prólogo. In: Simó Algado, S et al. Terapias Ocupacionales desde el sur: derechos humanos, ciudadanía y participación. 1aed. Chile. Editorial USACH; 2016, p.31-32.

Simó Algado S. Introducción. In: Simó Algado, S et al. Terapias Ocupacionales desde el sur: derechos humanos, ciudadanía y participación. 1aed. Chile. Editorial USACH; 2016, p.33-37.

Streck DR; Moretti CZ. Colonialidade e insurgência: contribuições para uma pedagogia latino-americana. Rev. Lusófona de Educação. Lisboa. 2013; 24 (1): 33-48. Disponível em: http://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/4176 . Acesso em: 10 de junho de 2017.

Penna C. Paulo Freire no pensamento decolonial: um olhar pedagógico sobre a teoria pós-colonial latino-americana. Revista de Estudos e Pesquisas sobra as Américas. Brasília. 2014; 8 (2): 181-199. Disponível em: http://periodicos.unb.br/index.php/repam/article/view/12609 . Acesso em: 10 de junho de 2017.

Downloads

Publicado

04-02-2019

Edição

Seção

Temas da Atualidade