O brincar para a criança com transtorno do espectro autista (TEA): possibilidade de intervenção da terapia ocupacional / Playing child with Autistic Spectrum Disorder (ASD): possibility of occupational therapy intervention

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto36473

Palavras-chave:

Brincar, Interação Social, Terapia Ocupacional, Transtorno do Espectro

Resumo

Introdução: O brincar é importante para o desenvolvimento saudável do ser brincante. Na criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) essa atividade encontra-se fragilizada em razão do desenvolvimento atípico e suas restrições de interação social. O brincar, além de ser considerada uma ocupação intrínseca da criança, vem sendo utilizado como ferramenta terapêutica com crianças com TEA, capaz de estimulá-las a interagirem com os pares, pois permite a construção do autoconhecimento e a aceitação da existência do outro, favorecendo o estabelecimento das relações emocionais e sociais. Objetivo: Investigar as contribuições do brincar como recurso terapêutico para o desenvolvimento da interação social de uma criança com TEA. Método: Estudo de caso observacional (antes e depois), do tipo descritivo e exploratório, com uma criança com diagnóstico de TEA. O procedimento do estudo se deu em três fases, denominadas como fase 1, 2 e 3. Fase 1 – Aplicação dos protocolos Childhood Autism Rating Scale (CARS) e Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM); Fase 2 – Intervenção (utilização do brincar enquanto recurso terapêutico) e preenchimento do Roteiro de observação; e Fase 3 – Reavaliação por meio dos protocolos mencionados anteriormente. Resultados e Discussão: A criança apresentou evolução quanto a interagir com outras crianças, sair de parques, frequentar festas e compartilhar brinquedos, segundo a concepção da mãe. Conclusão: A partir dos resultados positivos obtidos neste estudo, sugere-se a realização de estudos de intervenção com metodologia adequada para confirmar a hipótese de que o brincar pode ser considerado um recurso eficaz na intervenção da Terapia Ocupacional em crianças com TEA.

Palavras-chave: Brincar. Interação social. Terapia Ocupacional. Transtorno do Espectro Austista.

 

Abstract

Introduction: Playing is important for the healthy development of being playful. In children with Autistic Spectrum Disorder (ASD) this activity is weakened due to the atypical development and its restrictions on social interaction. Playing, in addition to being considered an intrinsic occupation of the child, has been used as a therapeutic tool with children with ASD, able to encourage them to interact with peers, since it allows the construction of self-knowledge and acceptance of the existence of the other, favoring the establishment of emotional and social relationships. Objective: To investigate the contributions of playing as a therapeutic resource for the development of social interaction in a child with ASD. Method: Observational case study (before and after), descriptive and exploratory, with a child diagnosed with ASD. The study procedure took place in three phases, called phases 1, 2 and 3. Phase 1 - Application of the Childhood Autism Rating Scale (CARS) and Canadian Occupational Performance Measure (COPM) protocols; Phase 2 - Intervention (use of play as a therapeutic resource) and completion of the observation script; and Phase 3 - Reassessment using the previously mentioned protocols. Results and Discussion: The child evolved in terms of interacting with other children, leaving parks, attending parties and sharing toys, according to the mother's conception. Conclusion: Based on the positive results obtained in this study, it is suggested to carry out intervention studies with adequate methodology to confirm the hypothesis that playing can be considered an effective resource in the intervention of Occupational Therapy in children with ASD.

Keywords: Play. Social interaction. Occupational therapy. Autistic Spectrum Disorder.

 

Resumen

Introdución: Jugar es importante para el desarrollo saludable de la diversión. En los niños con Trastorno del Espectro Autista (TEA) esta actividad se ve debilitada por el desarrollo atípico y sus restricciones en la interacción social. El juego, además de ser considerado una ocupación intrínseca del niño, se ha utilizado como una herramienta terapéutica con los niños con TEA, capaz de animarlos a interactuar con sus pares, ya que permite la construcción del autoconocimiento y la aceptación de la existencia del otro, favoreciendo la establecimiento de relaciones emocionales y sociales. Objetivo: Investigar los aportes del juego como recurso terapéutico para el desarrollo de la interacción social en un niño con TEA. Metodo: Estudio de caso observacional (antes y después), descriptivo y exploratorio, con un niño diagnosticado con TEA. El procedimiento del estudio se llevó a cabo en tres fases, denominadas fases 1, 2 y 3. Fase 1 - Aplicación de los protocolos de la Escala de Calificación del Autismo Infantil (CARS) y la Medida de Desempeño Ocupacional de Canadá (COPM); Fase 2 - Intervención (uso del juego como recurso terapéutico) y finalización del guión de observación; y Fase 3 - Reevaluación utilizando los protocolos mencionados anteriormente. Resultados y discusión: El niño evolucionó en términos de interactuar con otros niños, salir de los parques, asistir a fiestas y compartir juguetes, según la concepción de la madre. Conclusión: A partir de los resultados positivos obtenidos en este estudio, se sugiere realizar estudios de intervención con metodología adecuada para confirmar la hipótesis de que el juego puede considerarse un recurso eficaz en la intervención de Terapia Ocupacional en niños con TEA.

Palabras clave: Juego. Interacción social. Terapia Ocupacional. Trastorno del espectro autista.

 

Biografia do Autor

Geniele Severiano da Silva, Universidade Federal da Paraíba

Terapeuta Ocupacional, trabalha em Clínica Particular com crianças com atraso no desenvolvimento.

Referências

American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais DSM – V. Porto Alegre: Artmed.

Caldas, A. S. C., Facundes, V. L. D., & Silva, H. J. (2011). O uso da Medida Canadense de Desempenho Ocupacional em estudos brasileiros: Uma revisão sistemática. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. 22(3), 238-244.

Cipriano, M. S., & Almeisa M. T. P. (2016). O brincar com intervenção no transtorno do espectro autista. Extensão em ação. 2(11), 18-91.

Ferland, F. (2006). O Modelo Lúdico: o brincar, a criança com deficiência e a terapia ocupacional. São Paulo: Roca.

Givigi, R. C. M., Santos, A., & Ramos, G. O. (2011). Um novo olhar sobre participação. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. 22(3), 221-228.

Goulart, C., Valadão, C., Caldeira, E. M. O., & Bastos, T. F. Fo. (2015). Maria: um robô para interação com crianças com autismo. Resumo expandido apresentado no XII Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente (SBAI), Natal, RN, Brasil.

Law, M., Baptise, S., Carswell, A., Mccoll M. A., Polatajko, H. & Pollock, N. (2009). Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM). Belo Horizonte: Editora UFMG.

Law, M., Baptiste, S., & Mills, J. (1995). Client-centred practice: what does it mean and does make a difference? Canadian Journal of Ocupational Therapy. 62(5), 250-257.

Mângia, E. F. (2002). Contribuições da abordagem canadense "prática de terapia ocupacional centrada no cliente" e dos autores da desinstitucionalização italiana para a terapia ocupacional em saúde mental Universidade de São Paulo. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. 13(3), 127-134.

Martins, A. D. F., & Góes, M. C. R. (2013) Um estudo sobre o brincar de crianças autistas na perspectiva histórico-cultural. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional. São Paulo. 17(1), 25-34.

Muñoz AIM; Noiega MA. Revisión de la práctica profesional de terapia ocupacional en autismo. TOG (A Coruña). [Revista en Internet] 2016; 13(24):02-29.

Pereira, A. M. (2007). Autismo infantil: tradução e validação da CARS (Childhood Autisn Rating Scale para uso no Brasil). Dissertação de mestrado, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.

Pereira, R. T. (2009). Brincar e Criança. In: Carvalho, A., Salles, F., Guimarães, M., & Debortoli, J. A. (Org.). Brincar(es). Belo Horizonte: Editora UFMG.

Pfeifer, L. I., Carvalho, C. S., & Santos, V. M. D. (2004). A trajetória do brincar, da composição à criação. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional. 12(2), 115-123.

Reilly, M. (1979). Play as exploratory learning. Beverly Hills: Sage Publications.

Reis, N. M. M., & Rezende M. B. (2007). Adaptações para o brincar. In: Cavalcanti, A., & Galvão C. (Org.). Terapia Ocupacional Fundamentação & Prática. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan.

Downloads

Publicado

12-05-2021

Edição

Seção

Artigo Original