Perfil sensorial de crianças pequenas com histórico de prematuridade/Sensory profile of young children with a history of prematuriy

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto47403

Palavras-chave:

Desenvolvimento infantil, Processamento sensorial, Bebê prematuro

Resumo

Introdução: O bebê prematuro é considerado de alto risco para atrasos no desenvolvimento, uma vez que está exposto a fatores biológicos e/ou ambientais, muitas vezes, pouco congruentes com sua maturidade neurobiológica. Objetivo: Descrever o perfil sensorial, identificar as respostas aos estímulos sensoriais e  os padrões sensoriais de  crianças pequenas com histórico de prematuridade. Método: Estudo exploratório-descritivo, realizado com  43 pais de crianças com idade entre 7 e 35 meses, que apresentaram histórico de prematuridade com ou sem comorbidades, utilizando um  roteiro semiestruturado, elaborado pelas pesquisadoras, com perguntas relacionadas à história pregressa e atual dos bebês e de seus pais; e o Toddler Sensory Profile 2, que auxilia na determinação das repostas sensoriais  e delineia o padrão do perfil sensorial de crianças com idade entre 7 e 35 meses. Resultados:  A maioria das crianças era do sexo masculino (53,5%) e menores de 18 meses de idade corrigida (69,7%). As maiores frequências de respostas foram classificadas como a maioria das crianças nas áreas sensoriais dos processamentos: geral (55,8%), auditivo (41,9%), visual (60,5%), tátil (51,2%), do movimento (39,5%), oral (58,1%) e nas respostas comportamentais associadas (41,9%). O mesmo ocorreu referente aos quadrantes em procura (69,7%); evita (51,2%); sensibilidade (46,5%); e registro (60,5%) Conclusão: Os resultados demonstram que a maioria das crianças pequenas avaliadas apresenta respostas dentro do esperado em todas as áreas sensoriais e nos quadrantes, entretanto, algumas apresentaram alterações de repostas (hiper ou hipo), o que justifica a importância do rastreio sensorial em crianças pequenas com histórico de prematuridade para acompanhamento precoce.

Palavras-chave: Desenvolvimento infantil; Processamento sensorial; Bebê prematuro

 

Abstract
Introduction: The baby prematurely is considered at risk for developmental delays since it is exposed to biological and/or environmental factors that are often not congruent with its neurobiological maturity. Objective: To identify and to describe the responses to sensory stimuli and the sensory patterns of young children with a history of prematurity. Method: Exploratory-descriptive study, carried out with 43 parents of children aged between 7 and 35 months who had a history of prematurity with or without comorbidities. It was used a semi-structured questionnaire, prepared by the researchers, with questions related to the past and current history of the children and their parents; and the Toddler Sensory Profile 2, which helps to determine sensory responses and outlines the pattern of the sensory profile of children aged 7 to 35 months. Results: Most children were male (53.5%) and younger than 18 months corrected age (69.7%). The highest frequencies of responses were classified just like the majority of children in the sensory areas: general processing (55.8%), auditory (41.9%), visual (60.5%), tactile (51.2%), movement (39.5%), oral (58.1%) and associated behavioral responses (41.9%). The same occurred regarding the quadrants in seeking (69.7%); avoiding (51.2%); sensitivity (46.5%) and registration (60.5. Conclusion: The results demonstrate that most of the young children evaluated presented responses within the expected in all sensory areas and in the quadrants, however, some of them presented alterations in responses (hyper or hypo). This fact justify the needs of sensory screening and early intervention for young children with a history of prematurity.

Keywords: Occupational Therapy. Cognition. Memory. Personal Narrative. Life Experience

 

Resumen

Introducción: El bebé prematuro es considerado de alto riesgo para retrasos en el desarrollo, ya que están expuestos a factores biológicos y/o ambientales que muchas veces son incongruentes con su madurez neurobiológica. Objetivo Describir el perfil sensorial, identificar respuestas a estímulos sensoriales y patrones sensoriales de niños pequeños con antecedentes de prematuridad. Método: Estudio exploratorio-descriptivo, realizado con 43 padres de niños de 7 a 35 meses de edad con antecedentes de prematuridad con o sin comorbilidades, utilizando un guión semiestructurado elaborado por las investigadoras con preguntas relacionadas con la historia pasada y actual de los bebés y sus padres; y el Toddler Sensory Profile 2, que ayuda a determinar las respuestas sensoriales y describe el patrón del perfil sensorial de los niños de entre 7 y 35 meses. Resultados: La mayoría de los niños eran del sexo masculino (53.5%) y menores de 18 meses de edad corregida (69.7%). Las mayores frecuencias de respuestas se clasificaron como la mayoría de los niños en las áreas sensoriales de procesamiento: general (55.8 %), auditiva (41.9 %), visual (60.5 %), táctil (51.2 %), de movimiento (39.5 %), oral (58.1 %) y en las respuestas comportamentales asociadas (41.9%). Lo mismo ocurrió respecto a los cuadrantes de búsqueda (69.7%); evitar (51.2%); sensibilidad (46.5%) y registro (60.5%). Conclusión: Los resultados demuestran que la mayoría de los niños pequeños evaluados presentaron respuestas dentro de lo esperado en todas las áreas sensoriales y en los cuadrantes, sin embargo, algunos mostraron alteraciones en las respuestas (hiper o hipo), lo que justifica la importancia del tamizaje sensorial en niños pequeños con antecedentes de prematuridad, para un acompañamiento temprano.

Palabras clave: Desarrollo infantil; Procesamiento sensorial; Bebé prematuro

 

Biografia do Autor

Brenda Caroline Silva de Almeida, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Graduanda em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Luzia Iara Pfeifer, Universidade Federal de São Carlos

Professora Adjunto A (DE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) do Departamento de Terapia Ocupacional e professora Sênior do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Universidade de São Paulo na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Possui graduação em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de São Carlos (1986), mestrado em Educação Especial (Educação do Indivíduo Especial) pela Universidade Federal de São Carlos (1994), doutorado em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (1999), Pós-Doutorado pela Deakin University, Geelong - Austrália (2010), e Livre Docência pela FMRP-USP (2015).

Lucieny Almohalha, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Graduada em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Minas Gerais; Especialização em Saúde Mental pela Escola de Saúde Pública de Minas Gerais; Mestrado em Therapeutic Science pela University of Wisconsin-Madison, USA; Doutoranda pelo Programa de Pós graduação em Saúde Pública da Escola de Enfermagem da USP-RP.

Referências

Amarante, I. R., Mendes, A. L. R., Reis, A. S., Santos, I. N., Correia, R. F. O., Braga, A. C. C., & Rocha, A. L. M. A. (2021). Estimulação precoce em bebê pré termo como intervenção da terapia ocupacional. Revista De Casos E Consultoria, 12(1), e24588. Recuperado de https://periodicos.ufrn.br/casoseconsultoria/article/view/24588.

Ayres, A. J., & Robbins, J. (2005). Sensory integration and the child: Understanding hidden sensory challenges (25th anniversary ed., rev.updated / by Pediatric Therapy Network; photographs by Shay McAtee). WPS.

Baseggio, D. B., Dias, M. P. S., Brusque, S. R., Donelli, T. M. S., & Mendes, P. (2017). Vivências de mães e bebês prematuros durante a internação neonatal. Temas em Psicologia, 25(1), 153–167. https://doi.org/10.9788/TP2017.1-10

Beltrame, V. H., Moraes, A. B., & Souza, A. P. R. (2018). Perfil sensorial e sua relação com risco psíquico, prematuridade e desenvolvimento motor e de linguagem por bebês de 12 meses. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 29(1), 8–18. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v29i1p8-18

Bolzada, M. C. F., Miranda, D. M., Magalhães, L. C., Oliveira, S. R., Machado, A. C. C. P. (2017). Processamento sensorial no período da infância em crianças nascidas pré-termo: Revisão sistemática. Revista Paulista de Pediatria, 35(01), 92-101. https://doi.org/10.1590/1984-0462/;2017;35;1;00008.

BRASIL. (2012) Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Atenção à saúde do recém-nascido. Guia para os Profissionais de Saúde. Brasília.

BRASIL. (2016) Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de estimulação precoce crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor decorrente de microcefalia: Plano nacional de enfrentamento a microcefalia. Brasília.

Britto, L. B., Santos, C. B., Garros, D. S. C., & Rocha, A. N. D. C. (2020). Processamento sensorial e oportunidades para o desenvolvimento de bebês. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 31(1–3), 9–16. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v31i1-3p9-16.

Castro, A. C. O., Duarte, E. D., & Diniz, I. A. (2017). Intervenção do enfermeiro as crianças atendidas no ambulatório de seguimento do recém-nascido de risco. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, 7. https://doi.org/10.19175/recom.v7i0.1159.

Correia, L. A., Rocha, L. L. B., & Dittz, É. S. (2019). Contribuições do grupo de terapia ocupacional no nível de ansiedade das mães com recém-nascidos prematuros internados nas unidades de terapia intensiva neonatal. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 27(3), 574–583. https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoAO1694.

De Siqueira Alves, T. C. (2020). A prática profissional dos terapeutas ocupacionais: ações diretas nas unidades de terapia intensiva neonatais do Brasil. Saúde. Com-Ciência ISSN: 2594-5890, (1), 59-70.

Dias, N. M., Cordovil, A. B. C., Silva, N. F. C. P., Coutinho, A. C. O., Cordeiro, L. R. M., Pereira, F. S., Silva, L. L., & Lima, A. B. de. (2021). Prematuridade e malformações congênitas em recém-nascido: Um relato de caso. Research, Society and Development, 10(6), e56610615918. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15918.

Dos Santos, A. P., & Sapucaia, C. O. (2021). A influência do Método Canguru no tempo de internação do recém-nascido prematuro em unidades hospitalares: Uma revisão integrativa. Revista Pesquisa em Fisioterapia, 11(1), 252–272. https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v11i1.3399.

Fontana, F., Vieira, I. S., & Souza, L. D. M. (2021). Perfil dos recém-nascidos prematuros atendidos no seguimento ambulatorial em uma cidade do sul do Brasil. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 13(2), e4988. https://doi.org/10.25248/reas.e4988.2021.

Freitas Hausen, C., Bigolin Jantsch, L., & Tatsch Neves, E. (2021). Cuidado desenvolvimental ao recém-nascido prematuro: Estudo de tendências da produção científica brasileira. Saúde (Santa Maria), 47(1). https://doi.org/10.5902/2236583463763.

Gonçalves, M. (2019). Processamento sensorial e participação ocupacional. [Dissertação de Mestrado, Escola Superior de Saúde do Alcoitão.

Grave, M. T. Q., & Sartori, V. (2012). Avaliação de crianças nascidas pré-termo a partir dos reflexos neonatais, frequência respiratória e doenças associadas. Revista Caderno Pedagógico, 9(2).

Machado, A. C. C. P., Oliveira, S. R., Magalhães, L. C., Miranda, D. M., & Bouzada, M. C. F. (2017). Processamento sensorial no período da infância em crianças nascidas pré-termo: Revisão sistemática. Revista Paulista de Pediatria, 35(1), 92–101. https://doi.org/10.1590/1984-0462/;2017;35;1;00008.

Queiroz, M. N., Gomes, T. G. A. C. B., & Moreira, A. C. G. (2019). Idade gestacional, índice de Apgar e peso ao nascer no desfecho de recém-nascidos prematuros. Comunicação em Ciências da Saúde, 29(04). https://doi.org/10.51723/ccs.v29i04.294.

Riccioppo, M. R. P. L., & Almohalha, L. (2018). A percepção materna sobre os sinais neurocomportamentais de bebês pré-termo internados na enfermaria pediátrica. Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social , 6 (1), 35. https://doi.org/10.18554/refacs.v6i1.1853.

Saigal, S., Doyle, L. W. (2008). An overview of mortality and sequelae of preterm birth from infancy to adulthood. The Lancet, 371, 261-269.

Schiavo, R. A., Rodrigues, O. M. P. R., Santos, J. S., Antonucci, J. M., Mormanno, C., & Pereira, V. A. (2021). Fatores materno-infantis associados ao desenvolvimento de bebês prematuros e o termo. Revista Psicologia e Saúde . https://doi.org/10.20435/pssa.vi.1031.

Scochi, C. G. S., Riul, M. J. S., Garcia, C. F. D., Barradas, L. S.,& Pileggi, S. O. (2001). Cuidado individualizado ao pequeno prematuro: o ambiente sensorial em unidade de terapia intensiva neonatal. Acta Paul Enferm., 14(1), 9-1. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-306032.

Singh, G. K., Kenney, M. K., Ghandour, R. M., Kogan, M. D., Lu, M. C. (2013). Mental health outcomes in US children and adolescents born prematurely or with low birthweight. Depression Research and Treatment, 13. http://doi.org/10.1155/2013/570743.

Silveira, R. C. (2012). Seguimento ambulatorial do prematuro de risco. Sociedade Brasileira de Pediatria. São Paulo. 2012.

Vohr, B. (2014). Speech and language outcomes of very preterm infants. Seminars in Fetal and Neonatal Medicine, 19, 78-83.http://doi.org/ 10.1016/j.siny.2013.10.007.

World Health Organization. Born too soon: the global action report on preterm birth. Geneva. 2012.

World Health Organization. Preterm birth. 2015.

Word Health Organization. Preterm Birth. Genebra. 2018.

Zago, J. T. C., Pinto, P. A. F., Leite, H. R., Santos, J. N., & Morais, R. L. S. (2017). Associação entre o desenvolvimento neuropsicomotor e fatores de risco biológico e ambientais em crianças na primeira infância. Revista CEFAC , 19 (3), 320-329. https://doi.org/10.1590/1982-0216201719314416.

Zelkowitz, P. (2017). Prematuridade e seu impacto sobre o desenvolvimento psicossocial e emocional da criança. In: Tremblay, R. E.,

Boivin, M., Peters, R., De V. Eds. Enciclopedia sobre o Desenvolvimentona Primeira Infância. [online]. https://www.enciclopedia-crianca.com/prematuridade/segundo-especialistas/prematuridade-e-seu-impacto-sobre-o-desenvolvimento-psicossocial. Atualizada: Abril 2017. Consultado em 12 de março de 2022.

Zomignani, A. P., Zambelli, H. J. L., & Antonio, M. Â. R. G. M. (2009). Desenvolvimento cerebral em recém-nascidos prematuros. Revista Paulista de Pediatria, 27(2), 198–203. https://doi.org/10.1590/S0103-05822009000200013.

Woodward, L. J., Moor, S., Hood, K. M., et al. (2009). Very preterm children show impairments across multiple neurodevelopmental domains by age 4 years. Archives of Disease in Childhood-Fetal and Neonatal Edition, 94, F339-F44.

Downloads

Publicado

13-08-2022

Edição

Seção

Artigo Original