Mapeamento de Tecnologia Assistiva no paraesporte e suas formas de aquisição
Mapping assistive technology in parasport and how it is acquired
DOI:
https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto64419Palavras-chave:
Esporte para pessoas com deficiência, Terapia ocupacional, Pessoas com Deficiência, Tecnologia Assistiva, ReabilitaçãoResumo
Resumo: Introdução: No paraesporte, a Tecnologia Assistiva (TA) é indispensável em todas as modalidades esportivas para pessoas com deficiência e a sua prática contribui com a concretização de seus direitos como cidadãos. A presente pesquisa tem como objetivo mapear onde e como os paratletas adquirem seus dispositivos de TA, utilizados em seus treinos e competições. Métodos: Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e qualitativa, realizada por levantamento de dados. Participaram treze paratletas de alto rendimento de modalidades paralímpicas Tiro com arco, bocha e rugby. Foi utilizado o Questionário da Avaliação Rápida de Tecnologia Assistiva (rATA) para obtenção dos dados. Resultados: 55% dos atletas não têm os dispositivos que gostariam pela impossibilidade de pagar, e o valor é relatado pela maioria como um empecilho. Os atletas necessitam optar por arcar com os custos da grande maioria dos dispositivos para a prática de esportes. Discussão: O acesso a dispositivos de TA é garantido pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, porém a realidade mostra que um dos desafios significativos que emergiram nessa pesquisa foi o acesso equitativo aos dispositivos de TA, visto que nem todos os paratletas têm recursos financeiros para adquirir o que necessitam. Conclusão: A pesquisa alcançou seus objetivos ao apresentar as formas de aquisição de dispositivos de TA mais comuns entre os atletas, além da dificuldade nesse acesso. Sugere-se pesquisas futuras com quantidade maior de modalidades e atletas participantes, bem como atletas que não competem.
Abstract: Introduction: In para-sport, Assistive Technology (AT) is indispensable in all sports for people with disabilities and the practice of para-sport contributes to the realization of their rights as citizens. This research aims to map where and how para-athletes acquire their AT devices, which are used in their training and competitions. Method: A descriptive study with a quantitative and qualitative approach, carried out by means of a data survey. Thirteen high-performance paralympic athletes of the archery, boccia and rugby. The Rapid Assistive Technology Assessment Questionnaire (rATA) was used to obtain the data. Results: 55% of athletes don't have the devices they would like because they can't afford them, and the price is reported by the majority as an obstacle. Athletes have to choose to pay for the vast majority of devices in order to practice sports. Discussion: Access to AT devices is guaranteed by the Brazilian Law on the Inclusion of People with Disabilities, but the reality shows that one of the significant challenges that emerged in this research was equitable access to AT devices, since not all athletes have the financial resources to purchase what they need. Conclusion: The research achieved its objectives by presenting the most common ways of acquiring AT devices among athletes, as well as the difficulties in accessing them. Future research is suggested with a larger number of sports and participating athletes, as well as athletes who do not compete.
Keywords: Sports for Persons with Disabilities. Occupational Therapy. Disabled Persons. Self-Help Devices. Rehabilitation.
Downloads
Referências
Abdi, S., Kitsara. I., Hawley, & M. S., de Witte. (2021). Emerging technologies and their potential for generating new assistive technologies. Assistive technology: the official journal of RESNA. 33(sup1), 17–26. DOI: 10.1080/10400435.2021.1945704
Alves, A. C. J. Avaliação de tecnologia assistiva predisposição ao uso: ATD PA Br: versão brasileira. (2017). http://icts.unb.br/jspui/bitstream/10482/31065/1/FOLHETO_AvaliacaodetecnologiaassistivaATDPA.pdf
Anversa, M. V. A., & Ferreira, I. D. (2020). O Panorama das Indústrias de Tecnologia Assistiva no Brasil, Transferência Tecnológica e Alguns Horizontes. XVII SEGeT.
Arantes, A. A. C., & Almada, V. E. (2021). Programa Bolsa Atleta: antes, durante e depois dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Olimpianos – Journalof Olympic Studies, 5, 167-184. http://dx.doi.org/ 10.30937/2526-6314.v5.id130.
Camargo, P. R., Santos, T. O., Oliveira, A. P. V., Quaranta, A. M., & Mezzadri, F. M. (2020). O financiamento público ao atleta paralímpico no Brasil: o Programa Bolsa-Atleta estimula a permanência e a melhoria dos resultados esportivos? Research, Society and Development, 9(12). http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i12.10970.
Cardoso, V. D., Haiachi, M. C., Filho, A. R. R., & Gaya, A. C. A. (2018). Financial support for paralympic athletes in Brazil. Journal of Physical Education, 29(1). https://doi.org/10.4025/jphyseduc.v29i1.2963.
Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - COFFITO. (2018). Resolução n°495, de 18 de dezembro de 2017. Disciplina a atuação profissional da Terapia Ocupacional no desporto e paradesporto e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, seção 1, p.141-142.
Cruz, D. M. C. (2018). Os modelos de terapia ocupacional e as possibilidades para prática e pesquisa no Brasil. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, 2(3), 504–5170. https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto18436.
Diaz, R., Miller, E. K., Kraus, E., & Fredericson, M. (2019). Impact of Adaptive Sports Participation on Quality of Life. Sports Medicine and Arthroscopy Review, 27(2), 73-82. https://doi.org/10.1097/JSA.0000000000000242.
Ferreira, N. R., Carrijo, D. C. M., Silva, E. S., Ramos, M. C., & Carneiro, C. L. (2017). Contribuições do esporte adaptado: reflexões da Terapia Ocupacional para a área da saúde. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, 1(1), 52-66. https://doi.org/104777/2526-3544.rbto4281.
Ferreira, T. (s.d.). O que é esporte de alto rendimento? Sportllux. Recuperado em https://www.sportllux.com.br/blog/o- que-e-esporte-de-alto-rendimento
Fogaça, A. B. (2023, 6 de julho). Mulheres ainda são minoria em cargos esportivos. Jornal da USP. https://jornal.usp.br/atualidades/mulheres-ainda-sao-minoria-em-cargos-esportivos/
Gil, A. C. (2017). Como elaborar projetos de pesquisa. (6ª ed.). Atlas.
Gomes, D., Teixeira, L., Ribeiro J. (2021). Enquadramento da Prática da Terapia Ocupacional: Domínio & Processo 4ª Edição. Versão Portuguesa de Occupational Therapy Practice Framework: Domain and Process 4th Edition (AOTA – 2021). Politécnico de Leiria. https://doi.org/10.25766/671r-0c18.
Haiachi, M. C., Cardoso, V. D., Filho, A. R. R., & Gaya, A. C. A. (2016). Reflexões sobre a carreira do atleta paraolímpico brasileiro. Ciência & Saúde Coletiva, 21(10), 2999-3006. https://doi.org/ 10.1590/1413- 812320152110.18512016.
Kett M.; Holloway C.; Austin V. (2021). Critical Junctures in Assistive Technology and Disability Inclusion. Sustainability, 13(22). Recuperado em https://www.gov.br/esporte/pt-br/acoes-e-programas/bolsa-atleta/sobre-o-bolsa-atleta.
Lei N° 13.146, de 6 de julho de 2015. (2015). Institui a Lei Brasileira da pessoa com deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Presidência da República. Brasília. Recuperado em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm.
Lei Nº 10.891, de 9 de julho de 2004 (2014). Institui a Bolsa-Atleta. Presidência da República. Brasília. Recuperado em https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2004/lei-10891-9-julho-2004-532976-publicacaooriginal-15545-pl.html.
Marques, M. P., & Alves A. C. J. (2021) Tecnologia Assistiva e paraesporte: revisão da literatura. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, 5(1), 106-120. https://doi.org/ https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto37666.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. (2021). Plano Nacional de Tecnologia Assistiva – PNTA. Presidência da República. Brasília. Recuperado em https://www.gov.br/participamaisbrasil/pnta.
Ministério da Saúde. (2022). DATASUS - Departamento de Informática do SUS. Recuperado em http://sigtap.datasus.gov.br/tabela-unificada/app/sec/inicio.jsp.
Ministério do Esporte. (2022). Secretaria Nacional de Paradesporto. Recuperado em https://www.gov.br/participamaisbrasil/pnta
Projeto de Lei nº 492, de 2020 (2020). Concede isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto de Importação (II) sobre produtos de tecnologia assistiva destinados às pessoas com deficiência. Câmara dos Deputados. Recuperado em https://camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2238328
Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE). Brasília. Recuperado em https://cetefe.org/quem-somos/
Silva, I. C. N., & Alves, A. C. J (2020). Identificação das tecnologias assistivas no esporte paralímpico: contribuições e barreiras. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 28(03), 917-930. https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoAO1933.
Teodoro, C. M. (2006). Esporte adaptado de alto rendimento praticado por pessoas com deficiência: relatos de atletas paraolímpicos. [Dissertação de Mestrado, Universidade Presbiteriana Mackenzie]. https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UPM_21fb0fe16f411a25e052312f82353aae.
World Health Organization – WHO (2001). International classification of functioning, disability and health (ICF). WHO. https://www.WHO.int/classifications/icf/en/
World Health Organization & United Nations Children's Fund (UNICEF). (2022). Global report on assistive technology. World Health Organization. Recuperado em https://iris.who.int/handle/10665/354357. Licença: CC BY-NC- SA 3.0 IGO
World Health Organization – WHO (2021a). International Paralympic Committee, World Health Organization sign memorandum of understanding to cooperate in the promotion of diversity and equity in health and sports. Recuperado em https://www.who.int/news/item/22-07-2021-international-paralympic-committee-world-health-organization-sign-memorandum-of-understanding-to-cooperate-in-the-promotion-of-diversity-and-equity-in-health-and-sports.
World Health Organization – WHO (2021b). Questionário da Avaliação Rápida de Tecnologia Assistiva. Recuperado em https://www.who.int/pt/publications/i/item/rapid-assistive-technology-assessment-tool-(rata)
Zacarias, D. C., & Alves, A. C. J. (2020). Investigação sobre barreiras ao uso da tecnologia assistiva na prática do esporte paralímpico. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional. 4(6), 858- 872.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional - REVISBRATO

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Declaração e Transferência de Direitos Autorais
O periódico REVISBRATO -- Revista interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional é publicado conforme o modelo de Acesso Aberto e optante dos termos da licença Creative Commons BY (esta licença permite a distribuição, remixe, adaptação e criação a partir da obra, mesmo para fins comerciais, desde que os devidos créditos sejam dados aos autores e autoras da obra, assim como da revista. Mais detalhes disponíveis no site http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/).

No momento da submissão do manuscrito os autores deverão encaminhar, nos documentos suplementares a Declaração de responsabilidade, conflito de interesse e transferência de direitos autorais, segundo modelo disponivel na página "Instruções aos autores"
- Uso de imagens e discursos
Quando um autor submeter imagens para capa, que não correspondam a pesquisas em formato de artigo e que não tenham obrigatoriedade de autorização de Comitê de Ética, assim imagens presentes em outras seções, deverá ser anexado o TERMO DE CESSÃO DE DIREITO DE USO DA IMAGEM E DE DISCURSO (disponível modelo na página "Instruções aos autores"). Somente é necessário que o autor principal assine o termo e o descreva conforme o modelo abaixo em word.