“Asfixias sociais” da população negra e questões para a Terapia Ocupacional / “Social asphyxias” of black population and issues for Occupational Therapy

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto36144

Mots-clés :

População Negra, Terapia Ocupacional, Racismo

Résumé

Em uma sociedade racialmente desigual as pessoas negras vivenciam cotidianos atravessados pelas manifestações do racismo, que é histórico, estrutural e institucional. Sendo assim, as problematizações que cercam essa população revelam-se importantes para a terapia ocupacional, que tem como foco a participação das pessoas na vida cotidiana. Objetivamos incitar algumas provocações na busca pela abertura de um diálogo/convite aos terapeutas ocupacionais para se haverem com as temáticas que envolvem a população negra em suas práticas e produções de conhecimento. Nossa reflexão inicia-se a partir da compreensão de que a realidade dos povos negros é marcada pelas asfixias sociais e genocídio das crianças e jovens, desencadeando movimentos como o Black Lives Matter em todo mundo, inclusive no Brasil. Após, evidenciamos que o contexto do racismo atrelado aos abismos da desigualdade e deflagrados pela pandemia de COVID-19 provocam a política da morte direcionada a população negra. Sequencialmente, sinalizamos a necessidade deste debate, possibilitando a construção de uma assistência e produção de conhecimento comprometidas com práticas emancipatórias; e destacamos a ampliação do número de grupos que se voltam para a questão, possibilitando a construção dos diversos saberes sobre e para a população negra e das ações técnico-políticas para a terapia ocupacional. Por fim, apontamos que a prática antirracista da terapia ocupacional coloca-se como um determinante ético, político e técnico para a realização de ações que vislumbrem a justiça racial e social na vida de sujeitos negros e não-negros em uma sociedade racializada.

Abstract

In a racially unequal society, black people experience everyday life crossed by the manifestations of racism, which is historical, structural and institutional. Thus, the problems that involve this population are important for occupational therapy, which focuses on people's participation in everyday life. We aim to incite some provocations searching for an open dialogue and invitation to occupational therapists to enter  the themes that involve the black population in their practices and knowledge production. Our reflection begins with the understanding that the reality of black people are marked by social asphyxiation and the genocide of children and young people, causing movements like the Black Lives Matter worldwide, including in Brazil. Afterwards, we highlight that the context of racism linked to the abyss of inequality and accentuated by the pandemic of COVID-19 provokes the policy of death directed to the black population. Sequentially, we pointed the need for this debate, enabling the construction of assistance and knowledge production committed with emancipatory practices; and we highlight the expansion of the number of groups focused on this debate, enabling the construction of different knowledge about and for the black population and technical-political actions for occupational therapy. Finally, we point out that the anti-racist practice of occupational therapy is an ethical, political and technical determinant for carrying out actions that look for racial and social justice in the lives of black and non-black population, in a racialized society.

Keywords: Black Population; Occupational Therapy; Racism.

 

Resumen

En una sociedad racialmente desigual las personas negras experimentan la vida cotidiana atravesada por las manifestaciones del racismo, que es histórico, estructural e institucional. Por lo tanto, los problemas que rodean a esta población son importantes para la terapia ocupacional, que se centra en la participación de las personas en la vida cotidiana. Nuestro objetivo es incitar algunas provocaciones en la búsqueda de abrir un diálogo y invitación a terapeutas ocupacionales para tratar los temas que involucran a la población negra en sus prácticas y producción de conocimiento. Nuestra reflexión comienza con la comprensión de que la realidad de los negros está marcada por la asfixia social y el genocidio de niños y jóvenes, lo que desencadena movimientos como Black Lives Matter en todo el mundo, incluso en Brasil. Posteriormente, mostramos que el contexto de racismo vinculado al abismo de la desigualdad y provocado por la pandemia de COVID-19 provoca la política de muerte dirigida a la población negra. Secuencialmente, señalamos la necesidad de este debate, permitiendo la construcción de asistencia y producción de conocimiento comprometidos con prácticas emancipatorias; y destacamos la expansión del número de grupos que se enfocan en el tema, permitiendo la construcción de diferentes conocimientos sobre y para la población negra y acciones técnicas y políticas para la terapia ocupacional. Finalmente, señalamos que la práctica antirracista de la terapia ocupacional es un determinante ético, político y técnico para llevar a cabo acciones que prevean la justicia racial y social en la vida de los sujetos negros y no negros en una sociedad racializada.

Palabras clave: Población Negra; Terapia Ocupacional; Racismo.

 

Bibliographies de l'auteur-e

Sulamita Gonzaga Amorim, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Campinas (PPGSC/UNICAMP)

Terapeuta Ocupacional (PUC-Campinas) com Especialização em Saúde Mental (UNICAMP). Mestranda em Saúde Coletiva (PPGSC/UNICAMP). Atua no Centro de Atenção Psicossocial Antônio Orlando (Campinas, SP). Integra o Grupo Dona Ivone Lara – Estudos e Pesquisa em Terapia Ocupacional e População Negra e o Laboratório Saúde Coletiva e Saúde Mental – Interfaces (UNICAMP).

Sofia Martins, Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (PPGTO/UFSCar)

Terapeuta Ocupacional (UFTM). Doutoranda em Terapia Ocupacional (PPGTO/UFSCar). Integra o Grupo Dona Ivone Lara – Estudos e Pesquisa em Terapia Ocupacional e População Negra e o Grupo de Pesquisa “Cidadania, Ação Social, Educação e Terapia Ocupacional” (Laboratório METUIA/UFSCar).

Jaime Daniel Leite Junior, Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (PPGTO/UFSCar)

Terapeuta Ocupacional (UFSCar) com Especialização em Saúde Mental (UNICAMP). Doutorando em Terapia Ocupacional (PPGTO/UFSCar). Integra o Grupo Dona Ivone Lara – Estudos e Pesquisa em Terapia Ocupacional e População Negra e o Grupo de Pesquisa “Cidadania, Ação Social, Educação e Terapia Ocupacional” (Laboratório METUIA/UFSCar).

Magno Nunes Farias, Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos (PPGE/UFSCar)

Terapeuta Ocupacional (UnB). Doutorando em Educação (PPGE/UFSCar). Integra o Grupo Dona Ivone Lara – Estudos e Pesquisa em Terapia Ocupacional e População Negra e o Grupo de Pesquisa “Cidadania, Ação Social, Educação e Terapia Ocupacional” (Laboratório METUIA/UFSCar).

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Publié-e

2020-08-06