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Eu, Daniel Blake como ferramenta de sensibilização no debate sobre o processo administrativo previdenciário

Autores

Palavras-chave:

Direito Previdenciário, Benefícios por Incapacidade, Processo Administrativo, Políticas Públicas, Ensino Jurídico.

Resumo

Diferentemente de outras propostas didático-pedagógicas que se valem Eu, Daniel Blake para debater o conteúdo protetivo das prestações previdenciárias, pretendo me valer do filme para apresentar o processo administrativo previdenciário como instância de violação de direitos. Parto do debate acerca das diferenças estruturais entre modelos de seguro e seguridade social a partir da categoria da desmercadorização. Com base nessa abordagem teórica, estabeleço paralelo entre recentes normativas aprovadas no Brasil, que regulam o processo de concessão de benefícios previdenciário por incapacidade laboral, e cenas do sensível enredo inglês. Por meio desse itinerário, meu objetivo é contribuir para com a sensibilização de estudantes ao revelar que, por detrás da classificação de segurada previdenciária, há uma pessoa aguardando decisão de vida ou morte.

Biografia do Autor

Júlia Lenzi Silva, Universidade de São Paulo

Doutora em Direito do Trabalho e da Seguridade Social pela Universidade de São Paulo; Professora Doutora vinculada ao Departamento de Direito do Trabalho e da Seguridade Social da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP); Pesquisadora no grupo Direitos Humanos, Centralidade do Trabalho e Marxismo (DHCTEM) e cocoordenadora do Grupo de Estudos Seguridade Social e Marxismo (GESEMA) e do Núcleo de Estudos sobre Teoria e Prática da Greve no Direito Sindical Brasileiro Contemporâneo (NETEP GREVE). Email: julialenzi@usp.br. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2732721400490111

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Publicado

2024-04-12

Edição

Seção

Seção Especial: Dossiê "Direito e Cinema: explorando experiências político-pedagógicas"