A REALIZAÇÃO EM CASCATA DA CONSTITUIÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.21875/tjc.v6i0.31278Keywords:
Constituição, Camadas sociais, Efetividade fatiada, Hermenêutica sociológica, Tempo líquidoAbstract
RESUMO:
O presente artigo propõe uma espécie de “hermenêutica sociológica”, demonstrando que a Carta Política, conquanto componha um texto normativo consistente e harmônico, possui grau de eficácia escalonado, conforme o estrato social aonde ela vai chegando. Assim, enquanto a cúpula política a lê como um pacto de poder, os ricos e os intelectuais a demandam como um pacto de elites, os trabalhadores a recebem como um contrato social inadimplido, restando às classes sociais mais baixas a borra dos direitos, sem, no entanto, olvidar-se que nessa base se ancoram os fatores sociais do poder, a guiarem, juntamente com os fatores reais do poder, a interpretação da Constituição. Por fim, chama-se a atenção para um novo fator hermenêutico: a realidade da geração Z, calcada na mídia eletrônica, que alimenta o chamado Tempo Líquido. Adotou-se o método da pesquisa bibliográfica e documentária, objetivando demonstrar que cada classe social interpreta as normas da Constituição segundo as suas necessidades.
References
ARANHA, Graça. Canaã. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
BARBOSA, Rui. A Questão Social e Política no Brasil. Revista Ciência & Trópico, vol. 9, n. 2 jul./dez./1981. Recife: Editora Massagana, da Fundação Joaquim Nabuco.
BETSY. Giseli. Zygmunt Bauman: Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar. Publicado em recortes. Disponível em: <http://lounge.obviousmag.org/de_dentro_da_cartola/2013/11/zygmunt-bauman-vivemos-tempos-liquidos-nada-e-para-durar.html>. Acesso em 03 de fevereiro de 2019.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
CÍCERO, Marco Túlio. As Catilinárias. 2ª Ed. Tradução de Maximiano Augusto Gonçalves. São Paulo: Martin Claret, 2006
COULANGES, Fustel. A cidade antiga. Tradução de Jonas Camargo Leite e Eduardo Fonseca. Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint S. A., s. d.
FROSINI, Vittorio. Teoría de la Interpretación Jurídica. Traducción de Jaime Restrepo. Bogotá: Editorial Temis, 1991, 136p. Tradução de: Lezioni di teoria dell’interpretazione giuridica.
GURVITCH, Georges. Sociologia Jurídica. Trad.: Djacir Menezes. Porto Alegre: Livraria Kosmos Editora, 1946.
HÄBERLE, Peter. Hermenêutica Constitucional: a sociedade aberta aos intérpretes da Constituição: contribuição para a interpretação pluralista e "procedimental" da Constituição. Trad.: Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 1997. Tradução de: Die offene GesellschaftVerfassungsterpreten. EinBeitrag zur pluralistischen und “prozessualen”Verfassungsintepretation.
KRAMNIK, Isaac. Artigos Federalistas. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1993.
LAKATOS, Eva Maria. Sociologia geral. 6 ed. São Paulo: Atlas, 1996.
LASSALE, Ferdinand. A essência da Constituição. Tradução de Walter Stönner. Rio de Janeiro: Ed. Liber Juris, 1985. Tradução de: Über die Verfassung.
LIMA, Francisco Meton Marques de; LIMA, Francisco Péricles Rodrigues Marques de Lima. “Agoniza o Social no Estado que Seria Social de Direito”. In: Revista Trabalhista Direito e Processo da ANAMATRA. Ano 15, n. 57, jul./dez/2016. São Paulo: Editora LTr, 2017, p. 88.
RABENHORST, Eduardo Ramalho. A normatividade dos fatos. João Pessoa: Vieira Livros, 2003.
VOLTAIRE. Cândido. Rio de Janeiro: Newton Compton Brasil Ltda. 1994.
ZOLA, Émile. Germinal. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
Downloads
Published
Issue
Section
License
The authors who publish in this journal agree with the following terms:
1. The authors maintain the copyright and grant the journal the right of first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License that allows the sharing of the work with recognition of authorship and initial publication in this journal.
2. Authors are allowed to assume additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (e.g., publishing in an institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
3. Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (e.g., in institutional repositories or as a personal page) at any point before or during the editorial process, as this may generate productive changes, as well as increase the impact and citation of the published work (See The Effect of Open Access).
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0 Brazil License.