ALÉM DO “ESTADO DA ARTE”: UMA REVISÃO CIENTOMÉTRICA SOBRE JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA NA AMÉRICA LATINA

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.21875/tjc.v7i0.55663

Palabras clave:

Judicialização, Política, Cientometria, América Latina

Resumen

A comunicação científica nas mais variadas áreas passou por um processo de expansão em número de publicações, velocidade e acesso ao que pesquisadores estão produzindo. Diante dessa realidade, este artigo busca mapear e analisar como o tema da judicialização da política tem se desenvolvido no campo científico da América Latina. A pergunta que norteia esta investigação é quem são os atores (autores e instituições) que influenciam a literatura sobre judicialização da política? Para tanto, realiza uma abordagem quantitativa dessa produção baseada em cientometria, com base em trabalhos publicados na coleção principal da Web of Science e na coleção SciELO. A principal contribuição para essa área de estudos é a construção de um science mapping da produção científica desse campo interdisciplinar de pesquisa, que permite melhor entender como está estruturada a literatura sobre judicialização da política, bem como explorar suas lacunas.

Biografía del autor/a

RAFAEL RODRIGUES VIEGAS, FGV - EAESP

Pesquisador de Pós-doc (FGV). Doutor em Administração Pública e Governo (FGV).

NILTON SAINZ, UFPR

Doutorando em Ciência Política (UFPR).

RAYANE VIEIRA RODRIGUES, FGV

Doutoranda em Administração Pública e Governo (FGV).

Citas

ALMEIDA, Frederico. As elites da justiça: instituições, profissões e poder na política da justiça brasileira. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 22, n. 52, p. 77-95, 2014.

ALVAREZ, Luciana. Judicialización de la política y soberanía popular: Sobre el estatuto político de las resoluciones judiciales Judicialización de la política y soberanía popular : Sobre el estatuto político de las resoluciones judiciales. Revista Crítica de Ciências Sociais, v. 108, 2015.

ARANTES, Rogério. Constitutionalism, the expansion of justice and the judicialization of politics in Brazil. In: SIEDER, Raquel, SCHJOLDEN, Line, ANGELL, Alan. (eds) The Judicialization of Politics in Latin America. Studies of the Americas. Palgrave Macmillan, New York, pp. 231-262.

ARANTES, Rogério; ARGUELHES, Diego. O estado da arte da pesquisa sobre o Supremo Tribunal Federal. In: QUEIROZ, Rafael Mafei Rabelo; FEFERBAUM, Mariana (orgs). Metodologia da pesquisa em direito. 2a ed. São Paulo: Saraiva, pp. 458-475, 2019.

ARANTES, Rogério; MOREIRA, Thiago. Democracia, instituições de controle e justiça sob a ótica do pluralismo estatal. Opinião Pública, v. 25, n. 1, p. 97-135, 2019.

BARROSO, Luís Roberto. A razão sem voto. Revista Brasileira de Políticas Públicas, 5(2), 23-50, 2015. DOI: 10.5102/rbpp.v5i2.3180.

CARVALHO, Ernani Rodrigues de. Em busca da judicialização da política no Brasil: apontamentos para uma nova abordagem. Revista de Sociologia e Política, n. 23, pp. 127-139, 2004. DOI: 10.1590/S0104-44782004000200011.

CARVALHO, Ernani Rodrigues de. Judicialização da política no Brasil. Análise Social, 44(191), pp. 315-335, 2009.

COLI, Heloisa; XIMENES, Salomão Barros. Judicialização da educação infantil: trajetórias e efeitos em um caso pioneiro. Jornal de Políticas Educacionais, v. 15, e80738, 2021.

COUTO, Cláudio; OLIVEIRA, Vanessa Elias de. Politização da Justiça: Atores Judiciais têm Agendas Próprias? Cadernos Adenauer, v. 20, p. 139-162, 2019.

CROZIER, Michel; HUNTINGTON, Samuel; WATANUKI, Joji. The crisis of democracy: Report on the governability of democracies to the Trilateral Commission. New York: New York University Press, 1975.

DA ROS, Luciano. Em que ponto estamos? In: ENGELMAN, Fabiano (org). Sociologia política das instituições judiciais. Porto Alegre: Editora da UFRGS, pp. 57-97, 2017.

DAHL, Robert. Decision-making in a democracy: the supreme court as a national policy-maker. J. Public Law 6:279–95, 1957.

DWORKIN, Ronald. Taking Rights Seriously. Cambridge: Harvard University Press, 1977.

DWORKIN, Ronald. Justice in Robes. Cambridge: Harvard University Press, 2006.

ENGELMANN, Fabiano. Sociologia do campo jurídico: juristas e usos do direito. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2006.

ENGELMAN, Fabiano (org). Sociologia política das instituições judiciais. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2017.

FERRAZ JÚNIOR, Vitor Emanuel Marchetti. Poder judiciário e competição política no Brasil: uma análise das decisões do TSE e do STF sobre as regras eleitorais. 234 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2008.

GARAPON, Antoine. O juiz e a democracia: o guardião das promessas. Rio de Janeiro: Revan, v. 20, 2001.

GINSBURG, Tom. Judicial Review in New Democracies: Constitutional Courts in Asian Cases. Cambridge, UK: Cambridge Univ. Press, 2003.

GUSTAVO, Manuel; MUÑOA, Ocampo. La judicialización del derecho a la libre determinación de los pueblos originarios de México: la elección municipal bajo sistemas normativos internos en Oxchuc, Chiapas. Revista de la facultad de derecho y ciencias políticas, v. 50, n. 133, p. 403–428, 2020.

HABERMAS, Jürgen. Law as medium and law as institution. In: TEUBNER, Gunther (ed.). Dilemmas of Law in the Welfare State, New York: Walter De Gruyter, pp. 203–20, 1988.

HERRERA, Camilo Saavedra. Las llaves de la Suprema Corte: fragmentación política y litigio constitucional en México. Revista Mexicana de Sociología, v. 82, n. 2, p. 429–460, 2020.

HIRSCHL, Ran. The Judicialization of Mega-Politics and the Rise of Political Courts. Annual Review of Political Science, v.11, 93-118, 2008. DOI: 10.1146/annurev.polisci.11.053006.183906.

HIRSCHL, Ran. O novo constitucionalismo e a judicialização da política pura no mundo. Revista de Direito Administrativo, 251, 139–178, 2009.

MACIEL, Débora Alves; KOERNER, Andrei. Sentidos da judicialização da política. Lua Nova, (57), pp. 113-133, 2002.

MADEIRA, Lígia Mori. Judicialização das políticas sociais. In E. da UFRGS (Ed.), Dicionário crítico: política de assistência social no Brasil, pp. 161–166, 2016.

MARONA, Marjorie; KERCHE, Fabio. From the Banestado case to Operation Car Wash: building an anti-corruption institutional framework in Brazil. Dados, Rio de Janeiro, v. 64, n. 3, e20190240, 2021.

MINGERS, John; LEYDESDORFF, Loet. A review of theory and practice in scientometrics. European Journal of Operational Research, v. 246, n. 1, p. 1–19, 2015. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.ejor.2015.04.002>.

MONTE, María Eugenia; VAGGIONE, Juan Marco. Cortes irrumpidas. La judicialización conservadora del aborto en Argentina. Revista Rupturas, v. 9, n. 1, p. 107–125, 2019.

OLIVEIRA, Vanessa Elias de. Judiciário e privatizações no Brasil: existe uma judicialização da política?. Dados, v. 48, n. 3, pp. 559-686, 2005. DOI: 10.1590/S0011-52582005000300004.

OLIVEIRA, Vanessa Elias de. Judicialização de Políticas Públicas no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2019.

PACKER, Abel L. The SciELO Open Access: A Gold Way from the South. Canadian Journal of Higher Education, v. 39, n. 3, p. 111–126, 2009.

PERICH, Rafael; SANGALLI, Amanda; GABRIEL, Gabryela. Métodos alternativos de busca avançada na plataforma Scopus. Ciência política o campo em discussão. Curitiba: Massimo Editorial, 2021. .

RIBEIRO, Leandro Molhano; ARGUELHES, Diego Werneck. Contextos da judicialização da política. Revista Direito GV, 15(2), pp. 1-21, 2019.

RODRIGUES, Rayane Vieira. Ministério Público, judicialização e atuação extrajudicial em Saúde: o caso do MPSP. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do ABC, programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas. São Bernardo do Campo – SP, 2020.

RODRIGUES, Rayane Vieira; OLIVEIRA, Vanessa Elias de. Ministério Público, judicialização e atuação extrajudicial em saúde. Revista Direito GV [online]. v. 18, n. 3, e2231, 2022. DOI: 10.1590/2317-6172202231.

RODRIGUES, R. V et.al. Efeitos da judicialização da educação infantil em contextos locais: casos de quatro municípios paulistas. Educação: Teoria e Prática, v. 31, n. 64, p. e44, 2022.

SA E SILVA, Fabio de. From Car Wash to Bolsonaro: Law and Lawyers in Brazil’s Illiberal Turn (2014-2018). Journal of Law and Society, v. 47, n. S1, p. s90-s110, 2020.

SADEK, Maria Tereza. A crise do judiciário vista pelos juízes. São Paulo: Sumaré, 1995.

SADEK, Maria Tereza. Judiciário. Estudos Avançados, 18(51), pp. 79-101, 2004. DOI: 10.1590/S0104-62762004000100002.

SANTOS, Boaventura de Sousa; MARQUES, Maria Manuel Leitão; PEDROSO, João. Os tribunais nas sociedades contemporâneas. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 11, p. 29-62, 1996.

SILVA, Jeferson Mariano. Depois da “judicialização”: um mapa bibliográfico do Supremo. Revista de Sociologia e Política, v. 30, e015, 2022. DOI: 10.1590/1678-98732230e015.

TATE, Neal; VALLINDER, Torbjörn. The global expansion of judicial power. New York: NYUP, 1995.

VALLINDER, Torbjörn. “The Judicialization of Politics. A World-Wide Phenomenon:

Introduction.” International Political Science Review / Revue Internationale De Science

Politique, vol. 15, n. 2, pp. 91–99, 1994.

VERONESE, Alexandre. A judicialização da política na América Latina. Escritos, 3(3): 249-281, 2009.

VIANNA, Luiz Werneck. A judicialização da política e das relações sociais no Brasil. Rio de Janeiro, Revan, 1999.

VIANNA, Luiz Werneck; BURGOS, Marcelo Baumann; SALLES, Paula Martins. Dezessete anos de judicialização da política. Tempo social, v. 19, n. 2, p. 39-85, 2007.

VIEIRA, Oscar Vilhena. Supremocracia. Revista de Direito GV, p. 441-464, 2008.

VIEGAS, Rafael Rodrigues. A face oculta do poder no Ministério Público Federal e o poder de agenda de suas lideranças. Revista Brasileira de Ciência Política, 2022, n. 39, e260005. DOI: 10.1590/0103-3352.2022.39.260005

VIEGAS, Rafael Rodrigues, et. al. O Espaço Formal de Ação do Ministério Público entre 1989 e 2016: Mudanças Incrementais e Ativação Estratégica. Direito Público, v. 19, n. 101, 2022. DOI: 10.11117/rdp.v19i101.5769.

ZUPIC, Ivan; ČATER, Tomaž. Bibliometric Methods in Management and Organization. Organizational Research Methods, v. 18, n. 3, p. 429–472, 2015.

Publicado

2023-10-25

Número

Sección

Seção Especial: Dossiê "A Judicialização da Política no Século XXI"