Para ampliar o Horizonte do Imaginário:
A construção inventiva da ficção distópica
Palabras clave:
Distopia, Leitura, LeitorResumen
Dispondo da interação entre a ficção distópica e o intérprete enquanto objeto de investigação, este artigo pretende, em um primeiro momento, propor uma reflexão em torno do papel do leitor na composição de sentido da obra literária. Sob os aportes de Iser a respeito do ato/processo de leitura, entende-se que uma participante atuação por parte do intérprete permite-lhe extrair toda a pulsão proporcionada pela ficção ao aguçar sua capacidade de se posicionar em relação à narrativa que ajuda a construir e à realidade que constantemente a acompanha. Realizando uma incursão no gênero das distopias, em um segundo momento, pretende-se compreender as razões por detrás da elevada popularidade que as narrativas distópicas alcançaram nos últimos anos. Argumenta-se que o crescimento de leitores, assim como a difusão das distopias para o âmbito das artes visuais, encontra indícios na capacidade que o gênero possui de mobilizar o imaginário crítico do intérprete ao permitir-lhe identificar questões que, invisibilizadas pela realidade que o cerca, afloram na ficção em virtude de sua capacidade de viabilizar novas perspectivas sobre problemas sociais que, de outra maneira, seriam considerados como naturais ou inevitáveis.
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