Frutos e dedos de comer: um cruzo com a poesia de Cecília Floresta

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v26i48.44625

Palavras-chave:

Cecília Floresta, Contaminação, Inorganicidade, Sapatão, Encruzilhada

Resumo

O artigo tem como objeto a análise de poemas do livro Panaceia, da escritora, poeta, editora e tradutora Cecília Floresta, publicado pela editora urutau, em 2020. A partir do destaque de versos que misturam espaços, tempos, saberes e práticas das lesbianidades, macumbarias e poéticas ancestrais, as noções de contaminação, inorganicidade e relação são apresentadas através da formulação de relatos que expandem o aparato sexo-discursivo de corpos e identidades marcados como desviantes. Em diálogo com a produção de Cecília Floresta, poetas como Maria Isabel Iorio, Gênesis e Carolina Luisa Costa são citadas para localizar o corpo enquanto tecnologia erótica e política na proposição de imaginários que resistem às imposições da heteronormatividade. Por último, a presença da palavra-conceito encruzilhada nos versos da poeta é investigada como marca das potências encarnadas e portal para a abertura de caminhos encantados.

Biografia do Autor

Caio Riscado, Pós-doutorando no Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Pós-doutorando no Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, artista pesquisador, diretor, performer e escritor.

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Publicado

2022-03-05