Reflexões sobre a identidade surda a partir da poesia Negro Surdo (Slam do Corpo)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v26i49.50556

Palavras-chave:

Slam do Corpo, Identidade, Discurso surdo

Resumo

O presente estudo tem como principal objetivo analisar a poesia Negro Surdo do Slammer Edinho Santos, representante do grupo Slam do Corpo, e sua relação com as identidades surdas. Partindo de pesquisa de caráter Netnografico, desenvolvida no ciberespaço, o vídeo analisado possibilitou concluir que vozes presentes no Slam do Corpo são uma forma de resistência e existência cultural, já que o discurso e as performances produzidas reforçam a identidade e protagonismo surdo.

Biografia do Autor

Gerciane Maria da Costa Oliveira, Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Doutora em Sociologia, professora do Departamento de Ciências Humanas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).Membro permanente do corpo docente do Mestrado Acadêmico em Cognição, Tecnologia e Instituições (UFERSA) e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS/UECE), é líder do Grupo de Estudos, Pesquisa e Ensino de Sociologia e Ciências Humanas, vinculado à UFERSA e membro integrante do G.E.C.C.A (Grupo de Estudos em Cultura, Comunicação e Arte), coordenado pelos professores Enio Passiani (UFRG) e Andréa Borges Leão (UFC) e do Grupo de Políticas Públicas e Economia Criativa (UECE).Participa da rede Luso-brasileira Todas as Artes/Todos os Nomes.

Kyara Maria de Almeida Vieira, Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Doutora em História, professora do Departamento de Ciências Humanas-UFERSA. Docente vinculada ao Centro de Referência de Direitos Humanos (CRDH) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Cognição, Tecnologias e Instituições, ambos da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Campus Mossoró. Pesquisadora do Grupo de Estudos, Pesquisa e Ensino de Sociologia e Ciências Humanas (CNPq), do grupo de pesquisa Núcleo de Investigações e Intervenções em Tecnologias Sociais/NINET (CNPq), do Grupo Flor e Flor Estudos de Gênero e Sexualidade. Membro do Arquivo Lésbico Brasileiro, da Rede de Historiadoras e Historiadores LGBTQI+, da Rede Latino-americana de Arquivos, Museus, Acervos e Investigadores LGBTQIA+ (AMAI-LGBTQIA+). Conselheira do Museu Bajubá. 

Denise Penha Viveiros, Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Mestrado Interdisciplinar PPGCTI/UFERSA, Especialização pelo IFPB/PB em Ensino de Português para surdos como L2, Especialização em Libras ISJT/PI. Graduação em Letras/ Português pela UESPI/PI. Docente de Libras da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Trabalho no acompanhamento de pessoas com deficiência - LEAD/DELL. Foi docente no IFCE e professora formadora nos cursos do IFCE/UAB, UECE/UAB e Unichristus/CE.Experiência em EAD como docente com ênfase em Língua Brasileira de Sinais e Inclusão de Pessoas com deficiência.

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Publicado

2022-08-07