Dos espaços físicos ao cyberespaço: o poetry slam em contexto pandêmico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v26i49.50557

Palavras-chave:

Poetry slam, Performance, Pandemia, Poesia falada, Eventos remotos

Resumo

Este artigo apresenta uma análise das transformações que ocorreram nos poetry slams, campeonatos de poesia falada, com a passagem para o formato remoto durante os anos de 2020 e 2021, devido à pandemia de Covid-19. A partir da observação de diversos eventos realizados virtualmente, apontam-se quais foram os aspectos mais impactados, entre eles, o caráter performático, que envolve tanto a própria apresentação dos poetas quanto sua relação com o público; a ressignificação do espaço das redes; e um rompimento de barreiras geográficas que antes impediam que os slammers participassem de disputas em cidades, estados ou países distantes.

Biografia do Autor

Fabiana Oliveira de Souza, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda e Mestra em Letras Neolatinas pela UFRJ, com estágio doutoral na Universidad de Buenos Aires (2022) pelo Programa Capes-PrInt. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela UFRJ. Licenciada e Bacharel em Letras Português-Espanhol pela mesma instituição. Foi bolsista de doutorado do CNPq (2020-2022). Professora EBTT de Espanhol do Colégio Pedro II. Atuou como Professora Substituta da Graduação em Letras Português-Espanhol da Faculdade de Letras da UFRJ e do ILE/UERJ, como Professora Substituta da Graduação em Turismo e do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Telecomunicações do CEFET/RJ e como Professora de Espanhol da SEEDUC/RJ. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em ensino de Língua Espanhola e Língua Portuguesa nos níveis fundamental, médio e superior. Tem interesse em poetry slam (slam de poesia), letramento literário crítico, literaturas hispânicas, literatura brasileira contemporânea, literatura comparada e ensino de espanhol. É membro do Projeto de Pesquisa e Extensão Poéticas Orais e Pensamento Decolonial: perspectivas teóricas e metodológicas, coordenado por Dra Mauren Pavão Przybylski (LANMO-UNAM) e Dra Rafaella Contente Pereira da Costa (UFRA).

Mauren Pavão Przybylski da Hora Vidal, Universidade Federal de Santa Catarina Pós-Doutoranda em Literatura (PPGLit)

Doutora em Letras, UFRGS, Mestre em Letras (UFSC), Licenciada em Letras Português/ Francês (FURG). Pós-Doutora em Crítica Cultural (UNEB) e Pós-Doutoranda em Literatura (UFSC) pesquisando os slams de e para mulheres em Angola, Moçambique e México, sob a supervisão da Dra Simone Schmidt. Membro e representante do LANMO (UNAM - Morelia) no Brasil e Coordenadora do Projeto de Pesquisa e Extensão Poéticas Orais e Pensamento Decolonial vinculado ao LANMO- UNAM.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Tradução: Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009.

AGUILAR, Gonzalo; CÁMARA, Mario. A máquina performática: a literatura no campo experimental. Tradução: Gênese Andrade. Rio de Janeiro: Rocco, 2017.

ARAÚJO, Miguel de Almeida. Remediação: A Era Digital como nova forma de exploração artística e mediática. Arte & Multimédia, out. 2017. Disponível em: <https://digartdigmedia.wordpress.com/2017/10/31/remediacao-a-era-digital-como-nova-forma-de-exploracao-artistica-e-mediatica/>. Acesso em: 27 fev. 2022.

BENCHARSKI, Bianca. Poesía performática en tiempos de Pandemia. RBM Revista, out. 2020. Disponível em: <https://www.yumpu.com/es/document/read/65291635/poesia-performatica-en-tiempos-de-pandemia-por-bencharski-bianca>. Acesso em: 12 fev. 2021.

BOLTER, Jay David; GRUSIN, Richard. Remediation: understanding new media. Cambridge: MIT Press, 2000.

ESTRELA D’ALVA, Roberta. Um microfone na mão e uma ideia na cabeça – o poetry slam entra em cena. Synergies Brésil, Sylvains-les-Moulins, n. 9, p. 119-126, 2011.

FINNEGAN, Ruth. O significado da literatura em culturas orais. In: QUEIROZ, S. (org.). A tradição oral. Tradução: Ana Elisa Ribeiro, Fernanda Mourão e Sônia Queiroz. 2. ed. Belo Horizonte: Viva Voz, 2016, p. 61-98.

FINNEGAN, Ruth. The How of Literature. Oral Tradition, Bloomington, v. 20, n. 2, p. 164-187, out. 2005.

GARDUÑO ZAPATA, Maria Yoshelin. Slam Poetry:una comparativa entre México y Estados Unidos. Puebla, 2019. Tese (Licenciatura en Lingüística y Literatura Hispánica) – Colegio de Lingüística y Literatura Hispánica, Benemérita Universidad Autónoma de Puebla.

MCLUHAN, Marshall. O meio é a mensagem. In: ______. Os meios de comunicação como extensões do homem. Tradução: Décio Pignatari. São Paulo: Cultrix, 1969, p. 21-37.

NASCIMENTO, Caio. Saraus e slams online viram alternativa para artistas se apresentarem durante a quarentena. Terra, abr. 2020. Disponível em: <https://www.terra.com.br/amp/vida-e-estilo/comportamento/saraus-e-slams-online-viram-alternativa-para-artistas-se-apresentarem-durante-a-quarentena,3f17ce91d6f44ff8b9f93dde3a30f37buamds2eh.html>. Acesso em: 18 set. 2020.

NASCIMENTO, Roberta Marques do. A performance poética do ator-MC. São Paulo, 2012. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Semiótica) – Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

NASCIMENTO, Roberta Marques do. Slam, eslameros e outras cumbias: uma experiência no Circuito Nacional de Poesia Falada da cidade do México. Nexi: Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP, São Paulo, v. 5, p. 51-61, 2019.

NEVES, Cynthia Agra de Brito. Slams – Letramentos literários de reexistência ao/no mundo contemporâneo. Linha D'Água (Online), São Paulo, v. 30, n. 2, p. 92-112, out. 2017.

PEREGRINO, Miriane. Poesia sem fronteiras: Joice Zau, poeta angolana, é a campeã do SLAM BR 2021. Por dentro da África, out. 2021. Disponível em: <https://www.pordentrodaafrica.com/cultura/poesia-sem-fronteiras-joice-zau-poeta-angolana-e-a-campea-do-slam-br-2021>. Acesso em: 27 fev. 2022.

PFEILER, Martina. Sounds of Poetry: contemporary American performance poets. Tübingen: Gunter Narr Verlag, 2003.

PHELAN, Peggy. Ontología del performance: representación sin reproducción. In: TAYLOR, Diana; FUENTES, Marcela. Estudios avanzados de performance. Cidade doMéxico: FCE; Instituto Hemisférico de Performance y Política, 2011, p. 91-121.

PRZYBYLSKI, Mauren Pavão. Cybernarrativa pós-contemporânea: pensando o narrador oral urbano-digital. Curitiba: Appris, 2018.

PRZYBYLSKI, Mauren Pavão. O narrador urbano digital em foco: o caso de Marco Almeida, o Maragato. Texto Digital, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 76-101, jan./jul. 2014.

SLAM – Voz de Levante. Direção: Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva. Globo Filmes, 2017. Documentário. (81 min.)

SMITH, Marc Kelly; KRAYNAK, Joe. Take the Mic: the art of performance poetry, slam, and the spoken word. Naperville: Sourcebooks Media Fusion, 2009.

SOUZA, Fabiana Oliveira de. Um novo gênero artístico-literário chega à cena argentina: o caso do slam de poesía oral. In: XI Congresso Brasileiro De Hispanistas, 1, 2020. Anais [...]. Campina Grande: Realize Editora, 2020, p. 1-13.

SOUZA, Fabiana Oliveira de. Poesia contra o silenciamento: as narrativas de slammers brasileiros. Caderno de Letras, Pelotas, n. 40, p.131-146, maio-ago 2021.

ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz: a “literatura” medieval. Tradução: Amálio Pinheiro e Jerusa Pires Ferreira. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

ZUMTHOR, Paul. Introdução à poesia oral. Tradução: Jerusa Pires Ferreira, Maria Lúcia Diniz Pochat e Maria Inês de Almeida. São Paulo: Hucitec, 1997.

ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção, leitura. Tradução: Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. 1. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2014.

Downloads

Publicado

2022-08-07