1.5 Roma: A cidade aberta de Jean-Luc Nancy
DOI:
https://doi.org/10.55702/3m.v27i53.61171Palavras-chave:
Jean-Luc Nancy, Roma, Kant, Ética, OntologiaResumo
O que se passa quando a filosofia passa por Roma? Em lugar de assentir a um discurso do declínio da filosofia grega pela tradução dos romanos, Nancy vê nesta passagem a oportunidade de pensar aquilo que uma vez chamou de “obrigação ontológica”, um dever anterior à separação entre os domínios prático e teórico. Eis a nossa hipótese de leitura: para Nancy, a “queda” da filosofia dos gregos na ciência jurídica dos romanos fez entrar irremediavelmente o acidente na filosofia. Levado a sua plena realização com Kant, esse programa teria aberto o espaço para uma metafísica jurídica que não é nada menos que um abismo metafísico. É diante desta questão, da liberdade diante do abismo, da différance, que se projeta o imperativo pensado por Nancy. Como um dever em desconstrução, ele enuncia a desconstrução como um imperativo que nem afirma nem nega: ordena. A imperatividade é uma falsa linguagem; é a intrusão da ficção, do acidente, da casuística como linguagem do diferimento do ser. Este dever com aspecto formular tem forma jurídica. Para Nancy, ele é a chance de um porvir da filosofia.Referências
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