Arte e armadilha
a cartografia do entre na poética de Ana Martins Marques
DOI:
https://doi.org/10.55702/3m.v29i57.64714Palavras-chave:
Ana Martins Marques; Ficções do cotidiano; Método cartográfico; Poesia brasileira; Poesia contemporânea.Resumo
Neste artigo, proponho a análise de alguns poemas do livro Da arte das armadilhas (2011), de Ana Martins Marques. Utilizo a metodologia cartográfica para compreender o entre, o não lugar que Marques dispõe em sua poética. Há no cenário da poesia contemporânea uma insistência em diluir dicotomias e, assim, compreender a disposição do caminho do meio em relação às extremidades paradoxais. Entretanto, não se trata de diagnosticar o entre, mas disponibilizá-lo enquanto instrumento de potencialização poética, estética e reflexiva. Assim, a ficção do cotidiano epítome se mostra como inelutável modalidade do (in)visível a partir da relação entre as coisas e o mundo.
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