Percursos e subjetividades femininas em cena, no período da guerra colonial

Autores/as

  • Ângela Beatriz de Carvalho Faria

DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v13i20.11033

Resumen

Em Percursos (do luachimo ao luena), de Wanda Ramos (1980), e em Corpo colonial, de Juana Ruas (1981), olhares pré-inaugurais tornamse cognoscentes e revelam sujeitos femininos em processo de reconfiguração identitária, no
período da guerra colonial africana. Ao sugerirem uma outra ordem cultural do Império português que ruía, os relatos identitários fazem emergir vozes silenciadas e o espaço do imaginário e da reflexão -- impensável pela
censura salazarista na época da ocupação portuguesa no ultramar. A textura do vivido em condições extremas e excepcionais leva-nos a questionar até que ponto o “eu textual põe em cena um eu ausente, e cobre seu rosto com essa
máscara”, ao proceder à representação de seu percurso existencial. Os discursos da memória e da História assinalam que “lembrar era um ato que restaurava laços sociais e comunitários, perdidos no exílio ou destruídos pela violência
do Estado militar”, como tão bem afirma Beatriz Sarlo, em Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva.

Publicado

2017-06-29