Tragédia do pequeno homem: sobre “Ciro”, de Modesto Carone
DOI:
https://doi.org/10.55702/3m.v25i45.42641Palabras clave:
Narrativa brasileira, Modesto Carone, tragédia, contenção, processo socialResumen
“Ciro” é a segunda das duas narrativas que compõem Resumo de Ana, de Modesto Carone. Filho de Ana, Ciro tem uma trajetória que, nos termos do autor, seria trágica, por apresentar um desenvolvimento necessário que ruma em direção a um desfecho. Em “Ciro”, o tempo passa aos saltos, mas numa espécie de plano, marcado pela repetição, pelo retorno do mesmo e pela reiteração de uma espécie de “destino” histórico quase inflexível. Desde o início, ainda bebê, a vida de Ciro é marcada por uma sequência de infortúnios com raros – mas fundamentais – momentos de respiro, fantasias e aspirações. O objetivo deste artigo é analisar “Ciro” como uma representação contida e sensível do amálgama de banalidade e tragédia, familiaridade e estranhamento, indiferença e luto que foi e permanece sendo uma marca renitente das fraturas e tensões inerentes às relações de alteridade no Brasil.Citas
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