Literatura e psicanálise: de uma relação que não fosse de aplicação

Auteurs-es

  • Flavia Trocoli
  • Suely Aires

DOI :

https://doi.org/10.55702/3m.v16i26.10782

Résumé

Se o inconsciente é um leitor e se Freud fez um ato sem precedentes de
transformar narrativas literárias em teoria, como quer Shoshana Felman, é
ainda em Freud que podemos delinear, pelo menos, dois modos de relacionar
a literatura e a psicanálise, a saber: a literatura como modo de formalização
da teoria psicanalítica (da tragédia ao complexo ou do efeito de estranho
no conto ao conceito de estranho no ensaio), a psicanálise aplicada à vida e
à obra do autor (Dostoiévski). No tocante à complexa relação, nem Freud
escapou à tentação da explicação. Freud, leitor de romances do século XIX,
escreveu casos; Lacan, leitor de Mallarmé, James Joyce e Marguerite Duras,
forjou um estilo em que literatura e psicanálise estão em relação de heterogeneidade e de disjunção.

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Publié-e

2017-06-19