Guitarras elétricas traduzidas. Mídia ou instrumento contracolonial?

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.55702/3m.v26i50.53235

Mots-clés :

Guitarra elétrica, tradução, contracolonialidade

Résumé

O texto formula uma hipótese exploratória: a guitarra elétrica pode ser entendida como um vetor de traduções e inversões culturais, uma espécie de espaço simbólico concreto onde distintas culturas em convívio se dinamizam. Mais do que mero instrumento musical, trata-se de um laboratório expressivo da interculturalidade, uma instância de mediação (entre tempos históricos, matrizes culturais e povos distintos). É um dispositivo tradutório, supomos. Problematizamos esse pressuposto dentro dos marcos teóricos da semiótica da cultura, da etnomusicologia e da arqueologia das mídias. Mais restritamente, interessa-nos dar destaque, na zona de confluências entre Comunicação e Antropologia, à noção de contracolonialidade, tal como formulada por Antônio “Nego” Bispo (2015, 2019, 2020), em alguns de seus escritos mais recentes. Casos empíricos específicos são analisados no intuito de refinar o argumento, tornando-o mais plausível.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur

Fabricio Lopes da Silveira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Formado em Comunicação Social – habilitação em Jornalismo (UFSM), mestre em Comunicação e Informação (UFRGS) e doutor em Ciências da Comunicação (Unisinos / RS). Pós-Doutor pela School of Arts and Media (Salford University, UK). Atualmente, realiza estágio pós-doutoral – bolsa PNPD Capes – junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS.

Nilton Carvalho, Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Doutor em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo. Mestre em Comunicação pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Atualmente, é professor substituto no curso de Jornalismo – Faculdade de Comunicação e Artes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Alfredo Bello, Universidade de São Paulo (USP).

Graduado em Música, habilitação em Contrabaixo Acústico, pela UnB. É Mestrando em “Culturas e Identidades Brasileiras” pelo IEB - USP. É multi-instrumentista, produtor musical e pesquisador de expressões tradicionais brasileiras. É conhecido também como DJ Tudo.

Références

BENJAMIN, Walter. O Conceito de Crítica de Arte no Romantismo Alemão. São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, Iluminuras, 1993.

BERNARDINO-COSTA, Joaze; GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e perspectiva negra. Revista Sociedade e Estado, Volume 31, Número 1, janeiro/abril, 2016.

BISPO, Antônio. Cupim que vai pra festa de tamanduá. Revista Praia Vermelha, Rio de Janeiro, v. 30, n. 2, p. 246-252, 2020.

BISPO, Antônio. As fronteiras entre o saber orgânico e o saber sintético. In: RIBEIRO OLIVA, Anderson. Tecendo Redes Antirracistas: Áfricas, Brasis, Portugal. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

BISPO, Antônio. Colonização, Quilombos. Modos e significados. Brasília: UnB, INCTI, 2015.

BUCK-MORSS, Susan. Mundo de Sonho e Catástrofe: o desaparecimento da utopia de massas na União Soviética e nos Estados Unidos. Florianópolis: Ed. UFSC, 2018.

CARVALHO, Nilton Faria de. “Escuta Musical: um experimento de diferenças e territórios existenciais – hibridismo e Sul Global na música pop”. 2021. 249f. Tese (Doutorado em Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, Universidade Metodista de São Paulo, 2021.

CASSIN, Barbara. Translation as paradigm for Human Sciences. Journal of Speculative Philosophy, vol. 30, n. 3, p. 242-266, 2016.

CERTEAU, Michel de. A Invenção do Cotidiano – Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1998.

ERNST, Wolfgang. Sobre a sonicidade. Tradução de Eduardo Harry Luersen. Revista GEMInIS, São Carlos, UFSCar, v. 10, n. 1, pp.4-26, jan./abr. 2019.

GILROY, Paul. O Atlântico Negro. Modernidade e dupla consciência. São Paulo, Rio de Janeiro: Ed. 34, Universidade Cândido Mendes, 2001.

GROSFOGUEL, Ramón. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Sociedade e Estado, Volume 31, Número 1, janeiro/abril 2016.

HALL, Stuart. Da Diáspora. Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Ed. UFMG; Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003.

HEWITT, Paolo. 50 Fatos que Mudaram a História do Rock. Rio de Janeiro – RJ; Campinas – SP: Verus Editora, 2013.

KITTLER, Friedrich A. Gramofone, Filme, Typewriter. Belo Horizonte: Ed. UFMG; Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2019.

LOTMAN, Iuri. A Estrutura do Texto Artístico. Trad. M. C. V. Raposo e A. Raposo. Lisboa: Estampa, 1978.

LOTMAN, Iuri. La Semiosfera I – Semiótica de la cultura y del texto. Madrid: Cátedra, 1996.

MACHADO, Irene. Escola de Semiótica. A experiência de Tártu-Moscou para o estudo da cultura. Ateliê Editorial: Cotia, 2003.

MBEMBE, Achille. Políticas de Inimizade. São Paulo: N-1 Edições, 2020.

NATTIEZ, Jean-Jacques. Etnomusicologia. Revista Música, 20 (2), 2020, p. 417-434. Dossiê Música em Quarentena.

OLIVEIRA, Bernardo Barrros Coelho de. A construção do crítico: Benjamin e os românticos. Artefilosofia, Ouro Preto, n. 06, p. 26-33, abril de 2009.

PARIKKA, Jussi. O que é Arqueologia das Mídias? Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2021.

RICE, Timothy. Ethnomusicology: a very short introduction. New York: Oxford University Press, 2014.

ROSS, Alex. Eu vi a luz: seguindo Bob Dylan. In: ROSS, Alex. Escuta Só. Do clássico ao pop. São Paulo – SP: Cia. das Letras, 2011, p. 317-339.

SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Editora Cortez, 2010.

SCHNAIDERMAN, Bóris. Semiótica Russa. São Paulo: Perspectiva, 1979.

SEEGER, Anthony. Etnografia da música. Cadernos de campo, São Paulo, n. 17, p. 1-348, 2008.

SILVEIRA, Fabrício. Da arqueologia da mídia às ficções teóricas. Um giro reflexivo. Revista Vozes & Diálogo, Univali / SC, Itajaí, v. 20, n. 01., 17p., Jan./Jun. 2021. Disponível em: file:///Users/fabriciosilveira/Downloads/16959-48091-1-PB.pdf

STERNE, Jonathan. Media or instruments? Yes. OFFSCREEN, Vol. 11, nos. 8-9, Aug/Sept 2007, 18p.

THÉBERGE, Paul. “Conectados”: la tecnología y la música popular. In: FRITH, Simon; STRAW, Will; STREET, John. La Otra Historia del Rock. Aspectos clave del desarrollo de la música popular: desde las nuevas tecnologías hasta la política y la globalización. Barcelona: Ediciones Robinbook, 2006.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas Canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: N-1 Edições, 2015.

WAKSMAN, Steve. Instruments of Desire. The electric guitar and the shaping of musical experience. Cambridge: Harvard University Press, 1999.

ZIELINSKI, Siegfried. Arqueologia da Mídia: em busca do tempo remoto das técnicas do ver e do ouvir. São Paulo: Annablume, 2006.

Discografia

David Byrne; Brian Eno. My Life in the Bush of Ghosts.Sire Records, 1981.

Malcolm McLaren. Duck Rock. Charisma Records; Virgin Records, 1983.

Oséas Santos; Banda Lambaly. Lambadas Nacionais. Gravasom, 1981.

Oséas Santos; Banda Lambaly. Guitarradas: Lambadas Ritmo Alucinante – Volume 1. Gravasom, 1982.

Quintette Guinéenne. Musique Sans Paroles. Syliphone, 1976.

Téléchargements

Publiée

2023-02-07