De Ramayana a Sagarana: a “Bela Morte” em João Guimarães Rosa

Autori

  • Marcelo Marinho Universidade Federal da Integração Latino-Americana Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada http://orcid.org/0000-0001-5147-9769
  • David Lopes da Silva Universidade Federal de Alagoas

DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v24i42.30897

Parole chiave:

Sagarana, Ramayana, JOÃO GUIMARÃES ROSA

Abstract

Tal como na epopeia de Rama (herói de Ramayana), Augusto Matraga cumpre um período de banimento na mata, conduzido por um casal de “sadhus” (ascetas que se dedicam à vida espiritual) e um sacerdote. Em seu “ashram” (local ermo e selvático, destinado a práticas espirituais), Augusto aproxima-se dos desmunidos e dedica-se a meditação e preces, precisamente como Rama. Ao termo de sua ascese, Augusto confronta-se voluntariamente com seu duplo, Joãozinho Bem-Bem; ao final de uma coreografia marcial dedicada a Shiva, entrega-se à Bela Morte e alcança redenção e renome. O episódio espelha a missão para a qual Rama é predestinado pelos deuses: liquidar definitivamente Ravana, o demônio de dez cabeças. Em leitura contrastiva com textos de diversas origens, o conto “A hora e vez de Augusto Matraga” será percorrido em busca de eventuais pistas que permitam também perscrutar o sentido da morte de Guimarães Rosa, anunciada previamente em sua “autobiografia irracional” e amplamente inspirada no topos homérico da Bela Morte (καλòς θάνατος).

Biografie autore

Marcelo Marinho, Universidade Federal da Integração Latino-Americana Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada

Licenciado em Letras Modernas (Língua e Civilização Francesas), assim como em Literatura Geral e Comparada (Literatura Brasileira e Hispano-americana), com mestrado e doutorado em Literatura Geral e Comparada, sempre pela Sorbonne-Nouvelle (Université de Paris III). Professor Visitante na Universidade Eotvos Loránd de Budapeste (2002-2004, 2009-2011) e na Université du Quebec à Montréal (2005-2006). É docente pesquisador do Programa de Mestrado em Literatura Comparada da Universidade Federal da Integração Latino-Americana.

David Lopes da Silva, Universidade Federal de Alagoas

Bacharel em Filosofia pela UNICAMP, Mestre e Doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina. É docente da Universidade Federal de Alagoas.

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Pubblicato

2020-03-23