A autorrepresentação e a mulher indígena no slam: A poesia de Auritha Tabajara e a ruptura com a representação hegemônica

Autori

  • Ary Pimentel Faculdade de Letras - UFRJ
  • Mariana de Oliveira Costa Faculdade de Letras - UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v27i51.58521

Parole chiave:

slam, autorrepresentação, mulher indígena, hegemonia

Abstract

A recente cena do Poetry Slam nos brinda enquanto pesquisadores de literatura a oportunidade de pensar, analisar e discutir temáticas originais e necessárias e nos permite fazer ecoar vozes e produções literárias que há muito são silenciadas nos currículos. Assim, este artigo busca pensar a potência da autorrepresentação através da poesia de Auritha Tabajara e sua relevância na ruptura com a representação hegemônica.

Biografie autore

Ary Pimentel, Faculdade de Letras - UFRJ

Licenciado em Letras (Português-Espanhol e respectivas literaturas) pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. MESTRADO (1995) e DOUTORADO (2001) em Literatura Comparada pela Faculdade de Letras / UFRJ. Tese de Doutorado: Literatura, imagem & ação: intelectuais, massas e poder no discurso cultural argentino?. Pós-doutorado pelo PACC (Programa Avançado de Cultura Contemporânea) - Faculdade de Letras - UFRJ (2016). Desde 1999, professor de Literaturas Hispano-Americanas da Faculdade de Letras da UFRJ, onde ministra cursos para alunos de Português-Espanhol e Português-Literaturas. Professor do Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas. Tem experiência na área de Letras (ensino e pesquisa de Literatura). Desenvolve os projetos de pesquisa: "DO PROIBIDÃO AO FUNK OSTENTAÇÃO: negociando um lugar na cena musical carioca" e FRONTEIRAS DO LITERÁRIO E O LOCAL DA CULTURA NA AMÉRICA LATINA: Território e subalternidade em debate. Em 2016, concluiu estágio de Pós-Doutorado no PACC (Programa Avançado de Cultura Contemporânea) da Faculdade de Letras - UFRJ com a projeto "Vozes proibidas nas margens da cidade: performance, circuito e figurações dos infames no Funk Proibido", sob a supervisão da Profa. Dra. Heloisa Toller. Em 2017, concluiu estágio de Pós-Doutorado na Facultad de Filosofía y Letras de La Universidad de Buenos Aires (FFyL-UBA) com o projeto "Funk Proibido e cumbia villera como máquinas expressivas dos subalternos: Juventude, território e identidade nas dicções da periferia", sob a supervisão da Profa. Dra. Alicia Martín. Nos últimos anos, criou uma editora cartonera na periferia dedicada a publicar sujeitos subalternizados e moradores de favelas.

Mariana de Oliveira Costa, Faculdade de Letras - UFRJ

Doutoranda e mestra em Letras Neolatinas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dissertação: "Eu sei o que aconteceu e você não estava lá. Disputas em torno da representação dos sujeitos subalternizados e territórios periféricos". Licenciada em Letras - Habilitação Português/Espanhol pela Universidade Federal de Viçosa. Atualmente se dedica a pesquisar o Poetry Slam nas literaturas brasileira e argentina a partir do recorte de raça, gênero, classe e, sobretudo, sexualidade.

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Pubblicato

2023-06-08