Aproximações entre "Crime e castigo" e "Os detetives selvagens"
DOI:
https://doi.org/10.55702/3m.v29i57.61882Parole chiave:
Crime e Castigo, Os detetives selvagens, Polifonia, Esquizofonia, Roberto Bolaño.Abstract
Ao trabalhar duas obras de grande impacto narratológico, mas separadas por mais de um século entre suas primeiras publicações, este trabalho tem como intuito analisar de que forma o conceito de polifonia desenvolvido por Mikhail Bakhtin, a partir da poética de Dostoiévski, pode contribuir para o estudo das estratégias de narração de um romance com mais de cinquenta narradores, como é Os detetives selvagens, de Roberto Bolaño. A comparação mostra as semelhanças existentes, por exemplo, na horizontalidade ideológica dos personagens ou na presença das marcas discursivas dos personagens individualizados nos dois romances, confluências que ganham um aprofundamento na obra de Bolaño, ao fazer a passagem da estrutura una do enredo (como é em Dostoiévski) para uma estrutura constantemente cortada e sem a presença de um narrador que concatena os fatos. Essa fragmentação do enredo em Os detetives selvagens sugere uma polifonia levada às última consequências e, por isso, talvez careça de um nome mais próximo de algo como “esquizofonia”, conceito que é o ponto de chegada para este trabalho, que antecede um percurso cartográfico do romance de Bolaño, ainda a ser feito.
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