NIETZSCHE E A ONTO-TEO-LOGIA: UMA POLÊMICA HEIDEGGERIANA

Autores

  • Alexandre Marques Cabral UERJ

DOI:

https://doi.org/10.59488/tragica.v4i2.24668

Palavras-chave:

onto-teo-logia, existência, essência, vontade de poder, eterno retorno.

Resumo

O presente artigo tem como intuito primordial caracterizar a interpretação heideggeriana de Nietzsche como ontoteólogo. Sabendo que este conceito assinala, para Heidegger, uma das principais características da metafísica, o presente artigo vê-se desafiado a distinguir inicialmente os modos como Nietzsche e Heidegger compreendem a metafísica e o conceito de Deus. Se Nietzsche entende a metafísica, sobretudo em sua obra tardia, como pensamento que cinde o mundo em dois âmbitos ontológicos distintos e os opõe, determinando o suprassensível como fundamento do sensível, Heidegger entende este conceito como o pensamento que pergunta pelo ser do ente sem pensar a diferença irredutível entre estas duas noções, o que o faz dicotomizar a entidade em existência e essência, para explicar sua estruturação. Neste sentido, mesmo sem dicotomizar o mundo por meio dos conceitos de sensível e suprassensível, Nietzsche ainda se moveria na onto-teo-logia, uma vez que seus conceitos de eterno retorno e vontade de poder são, na compreensão de Heidegger, modulações da diferença metafísica entre existência e essência, oposição esta que inscreve Deus como fundamento último da entidade, mesmo em um pensamento que tenha declarado a sua morte.

Biografia do Autor

Alexandre Marques Cabral, UERJ

Doutor em Filosofia pela UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Publicado

2019-07-16