O ESPAÇO DA TRAGÉDIA: LUGAR DAS INTENSIDADES E DAS DIFERENÇAS

Autores

  • Miguel Angel Barrenechea UNIRIO

DOI:

https://doi.org/10.59488/tragica.v6i1.26668

Palavras-chave:

Aristóteles, Schopenhauer, Espaço trágico.

Resumo

A nossa proposta consiste em analisar o fenômeno trágico partindo das interpretações de Aristóteles e de Schopenhauer. Ambos os autores realizaram importantes reflexões sobre a dinâmica e o significado da tragédia. Aristóteles considera que a tragédia deve levar à catarsis para purificar ou eliminar paixões; já Schopenhauer sustenta que a tragédia também nos afasta das paixões, nos instiga a abandonar qualquer finalidade e nos prepara para a resignação perante a existência. Num segundo momento deste trabalho, abordamos a reflexão de Nietzsche sobre o sentido da tragédia que diverge de parte a parte com as interpretações sustentadas por Aristóteles e Schopenhauer. Para esses, a tragédia conclama o homem a desistir de paixões e afetos que irremediavelmente levam-no à dor, ao sofrimento, ao fracasso. Nietzsche afirma, na contramão dessas perspectivas, que a tragédia está longe de expurgar ou reprimir paixões, mas torna-se um tônico, um intensificador dos impulsos e instintos, mostrando que perante todas as peripécias vitais, perante as contradições da existência é possível adotar uma atitude afirmativa, criativa. Em síntese, pretendemos mostrar como, para o autor de O nascimento da tragédia, o espaço trágico é o lugar celebratório por excelência, no qual são exaltadas todas as peripécias vitais, desde o mais belo até o mais medonho, isto é, veremos como esse espaço é interpr etado como o lugar das intensidades e das diferenças.

Biografia do Autor

Miguel Angel Barrenechea, UNIRIO

Doutor e mestre em Filosofia pela UFRJ/IFCS; Licenciado em Filosofia pela UNLP/ARG; Pós-doutor em Filosofia pela UERJ; realiza atualmente pós-doutorado em Filosofia pela UNICAMP; Prof. Associado 3 da UNIRIO.

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Publicado

2019-07-24