NOTAS INTRODUTÓRIAS À NOÇÃO DE ARQUEOLOGIA EM GIORGIO AGAMBEN: DESLOCAMENTOS INTERPRETATIVOS DE FOUCAULT

Autores

  • Benjamim Brum Neto UFPR

DOI:

https://doi.org/10.59488/tragica.v11i3.27362

Palavras-chave:

Arqueologia, Linguagem, História, Método.

Resumo

Tanto Michel Foucault quanto Giorgio Agamben intitularam suas respectivas investigações de arqueologia. No entanto, faz-se necessário compreender em que sentido as duas arqueologias – a arqueologia dos saberes e a arqueologia filosófica – se aproximam e se afastam. Para além da similitude terminológica e das proximidades implícitas e explícitas reivindicadas pela arqueologia agambeniana, o filósofo italiano faz uma leitura muito particular dos trabalhos de Foucault, o que nos conduz à suspeita de que haveria uma outra concepção de arqueologia por detrás de suas reflexões. Nossa hipótese é a de que o filósofo italiano segue um projeto de arqueologia que não visaria apenas “integrar”, “complementar” ou “expandir” as pesquisas foucaultianas. Acreditamos que Agamben tem em vista um projeto filosófico que elege a categoria da arqueologia como seu método privilegiado, e que, não obstante sua dívida com Foucault, está comprometida com categorias incompatíveis com o pensamento do filósofo francês. Tendo por base essa suspeita, mostraremos, a partir de O que resta de Auschwitz e de O que é o contemporâneo?, alguns desses deslocamentos e incompatibilidades. Ao final do artigo, indicamos algumas possibilidades de proveniências distintas para o conceito de arqueologia em Agamben, que indicariam, por sua vez, o campo delimitado pela arqueologia foucaultiana.

Biografia do Autor

Benjamim Brum Neto, UFPR

Mestre e Doutorando em filosofia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Curitiba, PR, Brasil. Contato: benjamim.brum@gmail.com

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Publicado

2018-11-13

Edição

Seção

Artigos