O páthos das narrativas cristãs dos primeiros tempos

Autores

  • Pedro Ipiranga Júnior

Palavras-chave:

Gênero Discursivo. Cristianismo. Prosa Romanesca.

Resumo

O presente trabalho enfoca a formação e a função de alguns gêneros discursivos no início do cristianismo, como ‘Atos Apócrifos', ‘Relatos de Martírio' e ‘Vidas de Santos', num período que vai do século I ao IV d.C. Como esta época é marcada pelo advento do romance antigo e, como consequência, pela influência do discurso romanesco sobre a produção literária pagã e cristã, serão analisadas as diversas formas de hibridismos, entrecruzamentos e assimilações entre o corpus literário cristão nascente e a narrativa romanesca. Em relação à prosa romanesca, o legado da cultura grecoromana é refigurado numa assimilação de temas, técnicas e recursos literários na constituição desse produto que é o romance, sendo uma das principais criações da época pós-clássica, gênero esse que contaminou os outros registros discursivos com vários de seus procedimentos diegético-literários. No tipo de romance grego ideal, os personagens sofrem de um páthos que os atinge e os afeta de uma forma total e absoluta. Isso vale também para a protagonista de um dos atos apócrifos, Tecla (e para uma personagem de narrativa romanesca judaica como Aseneth), mas o páthos, nesse caso, vincula, irresistivelmente, noções cruciais do ensinamento moral cristão e judaico. Assim, pretendemos verificar essa ambiguidade do páthos nesses escritos cristãos e a problemática de sua inserção no gênero romanesco.

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Publicado

2017-08-11