Arte, educação e emancipação

Autores

  • Filipe Ceppas Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Dissenso, arte, política, utopia.

Resumo

Resumo: Nesse texto, veremos como a ideia de um exercício do dissenso, constitutivo do regime estético das artes, segundo Rancière, reaparece na educação, em particular no livro O Mestre Ignorante, em contraste com o pensamento de Hannah Arendt. Nos interessa saber se o dissenso, este exercício de comunicação e de oposição de razões, também pode apresentar-se numa perspectiva utópica naquilo que concerne à educação. Este artigo se propõe a examinar, a partir das ideias de Rancière, em que medida a emancipação pode ser considerada simultaneamente como pedagógica e utópica; ou, antes, trata-se de uma leitura na qual a interface entre a arte, o político e a educação pode ser considerada numa perspectiva utópica para além das boas intenções pedagógicas.

Palavras-chave: Dissenso, arte, política, utopia.

Résumé:Dans ce texte nous allons voir comment l'idée de l'exercice du dissensus en tant que constitutif du régime esthétique des arts chez Rancière, réapparaît dans l'éducation, en particulier dans le livre Le Maître Ignorant, en contraste avec la pensée de Hannah Arendt. Il est question pour nous de savoir si le dissensus, cet exercice de communication et d'opposition des raisons, peut se présenter aussi dans une perspective utopique impliquant l'éducation.  Cet article se propose à examiner, à partir des idées de Rancière, dans quelle mesure l'émancipation peut être considérée à la fois comme utopique et pédagogique, échappant aux principaux pièges d'un art ou d'une pédagogie politique ; en d'autres termes, une lecture dans laquelle l'interface entre l'art, le politique et l'éducation peut être considérée dans une perspective utopique au-delà des bonnes intentions pédagogiques.

Mots-clés: dissensus, art, politique, utopie.

Biografia do Autor

Filipe Ceppas, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Referências

ARENDT, Hannah. A Vida do Espírito. Trad. Antonio Abranches et. al. Rio de Janeiro: UFRJ ed. 1992.

__________. Entre o Passado e o Futuro. Trad. Mauro W. B. de Almeida. São Paulo: Perspectiva, 2001.

FOUCAULT, Michel. “O que são as luzes” in Ditos e Escritos II. Trad. Manoel B. Motta, Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.

LEFORT, Claude, “Hannah Arendt et la question du politique”, in: Essais sur le politique: XlX-. XXe siècles. Paris, Seuil, 1986, p. 59-72.

PELLEJERO, Eduardo. “A lição do aluno. Uma introdução à obra de Jacques Rancière”, in SABERES, Natal -- RN, v. 2, n.3, dez 2009.

RANCIÈRE, Jacques. “Biopolítica ou política?”, entrevista à revista Multidões, Trad. Edélcio Mostaço, in Revista Urdimento, nº 15, Outubro 2010a.

__________. O Espectador Emancipado, Trad. José Mirand Justo, Lisboa: Orfeu Negro, 2010b.

__________. A Partilha do Sensível. Trad. Monica C. Neto, São Paulo: Ed. 34, 2005.

__________. Aux Bords du Politique. Paris: Folio, 2003.

__________. O Mestre Ignorante. Cinco Lições sobre a emancipação intelectual. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

__________. Políticas da Escrita. Trad. Raquel Ramalhete et al. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1995a.

__________. “Os riscos da razão”. Entrevista à Folha de São Paulo, 10 de setembro, 1995b.

__________. “École, Production, Égalité”, in RENOU, Xavier. Coord. L'école de la démocratie. Paris: Edilig; Fondation Diderot, 1988pp. 79--96.

Downloads

Publicado

2013-07-31