Loucura e vida como obra de arte
Palavras-chave:
vida como obra de arte, política, ética, democracia participativaResumo
Em A história da loucura, Michel Foucault encerra sua pesquisa lidando com a vida de artista e a loucura. Penso que nesta obra, pela primeira vez, ele esboça o que mais tarde veio a chamar de vida como obra de arte. A louca vida dos artistas pode ser confrontada com a vida louca dos alienados, produzida em instituições austeras como o hospício, levada adiante, no Brasil-Rio de Janeiro, por Nise da Silveira. De tanta arte, direta ou indiretamente vinculada à religião, como insistiu o filósofo alemão Max Stirner, a leitura de A história da loucura configura-se como uma procedência relevante para problematizarmos a vida como obra de arte situada por Foucault, no interior do indivíduo, onde começa a ética e a política. Diante das novas conexões, postas na passagem do século XX para o XXI, relativas à administração da loucura, não mais como doença mental, mas como transtornos que atravessam todos os normais, qual obra de arte cada um pode atiçar em si próprio como liberdade que avance sobre a democracia participativa?
Abstract
In the end of his book Histoire de la folie, Michel Foucault concludes his research dealing with the life of the artist and the madness issues. I stand that it was the first time Foucault outlined what he later called “life as a work of art”. The crazy life of the artists can be confronted with the mad life of alienated people produced in austere institutions like the hospices, carried on in Brazil-Rio de Janeiro by Nise da Silveira. With so much art, directly or indirectly linked to religion, as insisted the German philosopher Max Stirner, the reading of the Histoire de la folie establishes a relevant provenance to the problematisation of the “life as an work of art” notion, situated by Foucault within the individual as the place where begins ethics and politics. Given the new connections made in the passage of the twentieth century to the current century, concerning the administration of madness, no longer as a mental illness, but as disorders that cross all the normal people, which kind of work of art can every single person stir up in oneself as freedom that confronts the participatory democracy?