Aristóteles posto à prova de Platão ou o caso mimesis: a Poética entre alguns teóricos do fim do s. XVI

Autores

  • Teresa Chevrolet Université de Genève Département de langue et de littérature françaises modernes

Palavras-chave:

Mimesis. Platão. Aristóteles. Neoplatonismo. Fantasia.

Resumo

O termo mimesis, usado por Aristóteles na Poética, foi por muito tempo o tema capital em estética. Primeiramente, usado por Platão como uma qualificação negativa para artes representativas, ganhou crédito e valor com Plotino e, subseqüentemente, na Renascença, com Ficino, que liderou uma defesa crucial das artes miméticas. Para os teóricos italianos da literatura da Renascença, a visão aristotélica da mimesis na Poética, bastante diferente embora similar à de Platão, apareceu como uma oportunidade de restabelecer os sentidos da palavra para criar uma teoria global da poesia. Usando o Sofista de Platão como uma referência emblemática, alguns deles -- a saber, Mazzoni, Segni e Tasso -- alternando livremente entre Platão e o neoplatonismo e Aristóteles, cuidaram de redefinir a mimesis poética colocando a ênfase neoplatônica tanto na fantasia quanto na verdade intelectual, abrindo, então, o campo de aceitação de Aristóteles a um domínio mais amplo de critérios.

Publicado

2016-11-21