Arlecchino e Pulcinella nel Corteo Dionisiaco: Ascendenze orfiche delle maschere italiane
DOI:
https://doi.org/10.47661/afcl.v13i26.23910Palavras-chave:
teatro, teatro de máscara, mitologiaResumo
As antigas cosmogonias alimentam o imaginário popular através dos séculos. Assim, podemos associar o mito trágico do esquartejamento e retorno de Dionísio a ritos propiciatórios ligados ao culto da fertilidade vegetal e ao ciclo das estações agrícolas. Como outras personagens mascaradas nos espetáculos da Commedia dell’Arte (século XVI), Arlequim lembra figuras psicopompas, ou seja, em trânsito entre o reino inferior e o reino superior, como o rei dos elfos Herl Koning (uma das possíveis etimologias do nome) que guia a procissão de almas na mitologia nórdica e o próprio Dionísio, instigador da mania carnavalesca. Arlequim não só testemunha sua derivação infernal no resto de chifre que tem na cabeça, mas também evoca um estado vegetal anterior nas manchas que tingem seu hábito (inicialmente branco como o de seu companheiro Polichinelo) de cores primaveris. A máscara é, portanto, um resíduo (satírico, na tradição italiana) de um saber ancestral que inclui a relação entre vida e morte como como um ciclo de eterno retorno que parece afastar as disposições da divina providênciaReferências
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