A natureza ama esconder-se: o objeto do encontro

Autores

  • Gilles Garcia CNRS

DOI:

https://doi.org/10.47661/afcl.v9i17.2903

Palavras-chave:

Aristóteles, Física, Lacan, tyché, automaton, physis

Resumo

RESUMO:Por diversas vezes Lacan insistiu, em particular no seu seminário sobre a Ética da psicanálise, sobre a importância de retornar aos textos aristotélicos. Na obra Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, ele dedica uma aula ao comentário das noções físicas tyche e automaton. Tentemos, pois, questionar Lacan a partir de Aristóteles, mesmo com o risco de erguer um inventário do que faz sentido para uma leitura analítica. A originalidade de Aristóteles consiste, entre outras coisas, em sua maneira de apreender o real através da análise do particular que resiste e disfunciona, para definir uma norma universal. Tyche e automaton são fenômenos residuais que provêm da observação da physis, e Aristóteles se baseia nos trabalhos pré-aristotélicos para ler nas entrelinhas o que foi passado em silêncio, embora utilizado, antes de formar um par conceitual no seio do sistema causal.

 

RÉSUMÉ:À plusieurs reprises Lacan a insisté, en particulier dans son séminaire sur l'Éthique de la psychanalyse, sur l'importance de retourner aux textes aristotéliciens. Dans Les Quatre concepts fondamentaux de la psychanalyse, il consacre une leçon au commentaire des notions physiques, tuchè et automaton. Essayons donc de questionner Lacan à partir d'Aristote, même si le risque serait de dresser un inventaire de ce qui fait sens pour une lecture analytique. L'originalité d'Aristote tient entre autres dans sa manière d'appréhender le réel en examinant le particulier qui résiste et dysfonctionne pour définir une norme universelle. Tuchè et automaton sont des phénomènes résiduels qui proviennent de l'observation de la physis, et Aristote se fonde sur les travaux préaristotéliciens pour lire entre les lignes ce qui a été passé sous silence bien qu'utilisé avant d'en faire un couple conceptuel au sein du système causal.

Biografia do Autor

Gilles Garcia, CNRS

 

Publicado

2016-08-03