O método analítico e método dialético na poética de Aristóteles

Autores/as

  • Fernando Gazoni

DOI:

https://doi.org/10.47661/afcl.v2i3.17038

Palabras clave:

Poética. argumentação. ética.

Resumen

Resumo:

Alguns pontos da Poética de Aristóteles apresentam uma argumentação bastante consistente. Tal é o caso da seqüência dos capítulos iniciais, notadamente os capítulos 1, 2 e 3, onde são analisados os termos por meio dos quais se diferenciam as diversas artes miméticas e que serão retomados um a um na célebre definição de tragédia, no início do capítulo 6. Esse também é o caso quando se trata, no capítulo 7, de determinar qual seria a extensão apropriada para a tragédia: enunciase um princípio geral (o belo reside no tamanho -- mégethos -- e na ordem -- táxis) para inferir daí certas características do bom enredo. Essas duas seqüências argumentativas, não obstante seu caráter cerrado, parecem não ser suficientes para dar conta, no primeiro caso, da aparição abrupta, na definição da tragédia, da kátharsis do medo e da piedade. No capítulo 7, por sua vez, não deriva do princípio geral apresentado a exigência de que a tragédia tenha uma extensão suficiente para a mudança da fortuna para o infortúnio ou vice-versa (1451 a 11-15). A comunicação que ora se apresenta pretende colocar em relevo esses pontos e relacioná-los ao que parece ser um certo déficit analítico quando se trata de abordar questões de ordem ética na Poética.

Palavras-chave: Poética. argumentação. ética.

Publicado

2018-04-18