Depois ou antes: Parmênides e o tempo em DK 8. 9-10

Autores

  • Nicola Stefano Galgano Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.47661/afcl.v9i17.2706

Palavras-chave:

Parmênides, eleatismo, ontologia, tempo, ser.

Resumo

É um cliché muito comum considerar que Parmênides introduz a atemporalidade na história da filosofia, negando o tempo em seu poema. Este cliché está baseado em passagens que supostamente expressam claramente esta negação. Das muitas passagens, a mais importante é a DK 8. 5: á½Î´á½³ ποτ΄ ἦν οá½Î´Î„ ἔσται, á¼Ï€Îµá½¶ νῦν ἔστιν á½Î¼Î¿á¿¦ πᾶν / ἕν, συνεχές […]; nem nunca era nem será, pois é todo junto agora, / uno, contínuo. Todavia, estudos recentes contestam esta interpretação, que podemos chamar de clássica, mostrando problemas no estabelecimento do texto de 8. 5 e na sua tradução. Meu objetivo, em linha com este estudos, é mostrar duas coisas. A primeira é que os versos 8. 9-10, que contêm as palavras ‘depois' e ‘antes' (ὕστεÏον e Ï€Ïόσθεν), não apresentam uma noção de tempo, a qual seria afinal negada pelo argumento, e portanto não propõem uma atemporalidade.  A segunda é que estas duas palavras, que parecem indicar marcação de tempo, não discutem especificamente o tempo, mas se referem a uma ideia mais simples, a de sequência.

Biografia do Autor

Nicola Stefano Galgano, Universidade de São Paulo

Pós-doutorando Uso, FFLCH, dep. de Filosofia, Filosofia Antiga

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Publicado

2016-08-03