Dissecando o racismo epistêmico: afroperspectivizando o ensino de Filosofia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59488/itaca.v0i36.30961

Palavras-chave:

filosofia africana, ensino de Filosofia, racismo epistêmico, afroperspectiva

Resumo

Este artigo objetiva argumentar acerca do racismo epistêmico inerente à narrativa de validade filosófica, isto é, a validação de somente uma corrente de pensamento enquanto legítima, qual seja, a filosofia ocidental. Percebe-se que o racismo epistêmico tem tido um papel determinante na produção filosófica ocidental. Assim, argumentaremos acerca das bases constituintes do ensino de filosofia e sobre a possibilidade de afroperspectivação dele como metodologia de pluriversalidade e diálogo filosófico – o que contribui para a agência de vozes não-ocidentais insurgentes na filosofia.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. Trad. Henrique Burigo, Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

ALMEIDA, Silvio. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte, MG: Letramento: Justificando, 2018. (Coleção Feminismos Plurais)

ARISTÓTELES. Coleção os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin (org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009. p. 93-110.

______. Afrocentricidade e educação na senda do progresso: Brasil e EUA. In: CARVALHO, Carlos Roberto; NOGUERA, Renato; SALES, Sandra Regina (orgs.). Relações étnico-raciais e educação: contextos, práticas e pesquisas. Rio de Janeiro: Nau, EDUR, 2013, p. 23-34.

BENEDICTO, Ricardo Matheus. Afrocentricidade, Educação e Poder: Uma Crítica Afrocêntrica ao Eurocentrismo no Pensamento Educacional Brasileiro. Tese (Doutorado em Educação) Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-29032017-161243/pt-br.php

BERNASCONI. Robert. É fenomenológica a distinção entre natureza e cultura? Fontes para a luta contra o racismo In Fenomenologia Hoje IV: ciência e técnica. CASANOVA, Marco; FURTADO, Rebeca (orgs.). Rio de Janeiro: Via Verita, 2013.

________. Who invented the concept f Race? Kant’s role in the einlightenment construction of race. In Race, ed. Oxford: Blackwell, 2001, p. 11-36.

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2004.

______. LEI Nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm

______. LEI Nº 11.645, de 10 de março DE 2008. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2008/lei-11645-10-marco-2008-572787-publicacaooriginal-96087-pl.html

CARNEIRO, Sueli. A Construção do Outro como Não-Ser como fundamento do Ser. Tese (Doutorado em Filosofia da Educação). São Paulo: FEUSP, 2005. Disponível em: https://negrasoulblog.files.wordpress.com/2016/04/a-construc3a7c3a3o-do-outro-como-nc3a3o-ser-como-fundamento-do-ser-sueli-carneiro-tese1.pdf

CHALMERS, Alan. O que é ciência afinal? São Paulo: Brasiliense, 1993.

DANTAS, Luis Thiago Freire. Filosofar desde África: perspectivas descoloniais. Tese (Doutorado em Filosofia). Paraná: UFPR, 2018. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/54739/R%20-%20T%20-%20LUIS%20THIAGO%20FREIRE%20DANTAS.pdf?sequence=1&isAllowed=y

DIOP, Cheikh Anta. The African Origin of Civilization: Myth or reality. Trad. Mercer Cook. Chicago: Lawrence Hills Books, 1974.

FEYERABEND, Paul. Contra o método. São Paulo: Unesp, 2007.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. Trad. Maria Ermantina Galvão. 2ª ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.

GORENDER, Jacob. Gênese e desenvolvimento do capitalismo em campo brasileiro. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1987.

EZE, Emmanuel Chukwudi. Modern Western philosophy and African colonialism. In: _____. (ed.), African Philosophy: An Anthology. Blackwell Publishing, 1998, p. 213-221.

HERÓDOTO. Coleção os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 2001.

HUME, David. Of National Characters in Essays moral, political and literary. Revised edition, Liberty Classics. Indianapolis: Liberty Fund, 1987.

JAMES, George G. M. Stolen legacy: the greek philosophy is a stolen egyptian philosophy. Drewryville: Khalifah’s, 2005.

KILOMBA, Grada. Plantation Memories: episodes of everyday racism. 4ª ed. Münster: UNRAST-Verlag, 2016.

MACHADO, Adilbênia Freire. Ancestralidade e Encantamento como inspirações formativas: filosofia africana mediando a história e cultura africana e afro-brasileira. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, 2014. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/adilb%C3%AAnia_freire_machado_-_ancestralidade_e_encantamento_como_inspira%C3%A7%C3%B5es_formativas_-_filosofia_africana_mediando_a_hcaa.pdf

MBEMBE, Achille. Políticas da Inimizade. Trad. Marta Lança. Lisboa: Antígona, 2017.

NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2017.

NOGUERA, Renato. O ensino de filosofia e a lei 10.639. Rio de Janeiro: Pallas – Biblioteca Nacional, 2014.

NOGUERA, Renato; NASCIMENTO, Wanderson Flor do. O ensino de filosofia em afroperspectiva. In: CARVALHO, Carlos Roberto; NOGUERA, Renato; SALES, Sandra Regina (orgs.). Relações étnico-raciais e educação: contextos, práticas e pesquisas. Rio de Janeiro: Nau, EDUR, 2013, p. 75-89.

OBENGA, Théophile. Egypt: Ancient History of African Philosophy. In: KWASI, Wiredu (org.). A Companion to African Philosophy. Massachusetts: Blackwell Publishing, 2004a, pp.31-49.

______. African philosophy: The pharaonic period: 2780-330 b.C. Trad. Ayi Kwei Armah. Senegal: Per Ankh, 2004b.

RAMOSE, Mogobe. Sobre a legitimidade e o estudo da filosofia africana. Ensaios filosóficos, vol. IV, 2011. p. 9-23 Disponível em: http://www.ensaiosfilosoficos.com.br/Artigos/Artigo4/RAMOSE_MB.pdf

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte, MG: Letramento: Justificando, 2017a. (Coleção Feminismos Plurais)

RIBEIRO, Katiúscia. Kemet, escolas e arcádeas: a importância da filosofia africana no combate ao racismo epistêmico e a lei 10.639/03. Dissertação (Mestrado em Filosofia e Ensino) – Programa de pós-graduação em Filosofia e Ensino, CEFET, Rio de Janeiro, 2017b. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/kati%C3%BAscia_ribeiro_-_dissertac%CC%A7a%CC%83o_final.pdf

ROCHA, Aline Matos da. A exclusão Intelectual do Pensamento Negro. Programa de Iniciação Científica da Universidade de Brasília. Brasília, 2012/2013. p. 1-17. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/aline_matos_da_rocha_-_a_exclus%C3%A3o_intelectual_do_pensamento_negro.pdf.

______. Pensar o invisível: as mulheres negras como produtoras de pensamento filosófico. Monografia (Licenciatura em Filosofia) – UnB, Brasília, 2014. Disponível em: http://bdm.unb.br/handle/10483/10019

ROSA, Ellen Aparecida de Araújo. Rekhet – A filosofia antes da Grécia: colonialidade, os exercícios espirituais e o pensamento filosófico africano na antiguidade. 2017. Dissertação (Mestrado em Filosofia). Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2017. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5449296

SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo. São Paulo: Annablume, 2014.

SPIVAK, Gayatri. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

SODRÉ, Muniz. Pensar Nagô. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2017.

TOWA, Marcien. A ideia de uma filosofia negro-africana. Nandayala, NEABI-UFPR, 2015.

VASCONCELOS, José Antonio. Reflexões: Filosofia e cotidiano. São Paulo: Edições SM, 2016.

WADE, Peter. Raça: natureza e cultura na ciência e na sociedade. In: HITA, Maria Gabriela (org.). Raça, racismo e genética em debates científicos e controvérsias sociais. Salvador: EDUFBA, 2017, p. 47-79.

Downloads

Publicado

2020-06-18