Os conceitos de mutirão e assentamento: ideias para a segunda Abolição

Authors

  • kwame ankh thiago brito Universidade Federal de Ouro Preto
  • Claudio Medeiros Professor na UFF/Campos

DOI:

https://doi.org/10.59488/itaca.v0i36.31064

Keywords:

Ética, Filosofia Africana, Filosofia Experimental Brasileira, Achille Mbembe, Muniz Sodré, Luiz Antônio Simas

Abstract

Mutirão e assentamento, ambos invocam ancestralidades banto, nagô e cabocla: o mutirão quando nos ensina uma forma de trabalho que não implica servidão e animalidade, o assentamento quando contrai por metáfora espacial o solo mítico da origem e faz equivaler-se a uma parte do território histórico da diáspora. Ambas ideias para a segunda abolição, práticas de rasura naquilo que Ronnielle Singular denomina “transcolonização de si mesmo”.

Author Biographies

kwame ankh thiago brito, Universidade Federal de Ouro Preto

Kwame Ankh (Thiago  Henrique Borges Brito)  é discente em História pela  Universidade Federal de Ouro Preto  e bolsista do Programa Institucional à Pesquisa da UFOP. Atualmente compõe a coordenação do NEABI/UFOP e Coletivo Negro Braima Mané/UFOP. Integrante do Laboratório de Africologia e Estudos Ameríndios - Geru Maa/UFRJ. Compõe a comunidade Zumbiido.

Claudio Medeiros, Professor na UFF/Campos

Professor de Filosofia Geral do Departamento de Fundamentos de Ciências da Sociedade da UFF. Foi professor substituto do Departamento de Filosofia da UFRJ e do Departamento de Filosofia da UERJ. Doutor em Filosofia pela UERJ com a tese "Mármore e Barbárie: o nascimento da medicina política". É coordenador do núcleo de pesquisa "Ontologia, Subjetividade e Ancestralidade" do Laboratório Geru Maã de Filosofia (IFCS-UFRJ). Dedica-se atualmente à investigação e cartografia dos teóricos dos movimentos de descolonização, sobretudo os abolicionistas afrobrasileiros do século XIX (André Rebouças, Luiz Gama e José do Patrocínio). Atua nos campos da Ética, Filosofia Política, Filosofia da História e Filosofia Contemporânea, milita e escreve sobre os temas da Liberdade, práticas de Descolonização, Racismo, Biopolítica e Alteridade.

References

BENJAMIN, W. Walter Benjamin: aviso de incêndio: uma leitura das teses Sobre o conceito de história. Trad. Wanda Brant, Jeanne Marie Gagnevin, Marcos Müller. São Paulo: Boitempo, 2005.

FELIX, João Batista de Jesus. HIP-HOP: cultura e política no contexto paulistano. Curitiba: Appris, 2018.

GONZALEZ, Lélia. Mulher Negra. In NASCIMENTO, Elisa Larkin. Guerreiras de Natureza: mulher negra, religiosidade e ambiente. São Paulo: Selo Negro, 2008, p. 29-48.

KASHINDI, Jean-Bosco Kakozi. Ubuntu Como ética africana, humanista e inclusiva. Cardernos IHUideias, São Leopoldo, n° 254, vol. 15, p. 03-24, 2003.

KOJÈVE, A. Introdução à leitura de Hegel. Trad. Estela dos S. Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto: EDUERJ, 2002.

LUKÁCS, Gyorg; História e consciência de classe: estudos sobre a dialética marxista. Trad. Rodney Nascimento. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

LUZ, Marco Aurélio. Agadá: Dinâmica da Civilização Africano-Brasileira. 4a edição. Salvador: EDUFBA, 2017.

MARX. Manuscritos econômico-filosóficos. Trad. Jesus Ranieri. São Paulo: Boitempo, 2004.

MARX. O Capital – Livro I. Trad. Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013.

MBEMBE, A. Crítica da Razão Negra. Trad. Marta Lança. Lisboa: Antígona, 2014.

MBEMBE, A. Sair de grande noite: Ensaio sobre a África descolonizada. Trad. Narrativa Traçada. Luanda: Edições Mulemba, 2014.

NABUCO, J. O abolicionismo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

NASCIMENTO. Wanderson Flor do. Manifestações afro-brasileira: cosmopercepções e religiosidades africanas no Brasil. In KOMINEK, Andrea Maila Voss; VANALI, Ana Crhistina (Orgs.). Roteiros temáticos da diáspora: caminhos para o enfrentamento ao racismo no Brasil. Porto Alegre: Editora Fi, 2018, p. 501-518.

NORONHA, L. Malandros: notícias de um submundo distante. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.

Partido Alto. Dirigido por Leon Hirszman. 1982; Rio de Janeiro, Brasil: Embrafilme, 1982.

PATROCÍNIO, José do. Gazeta de Notícias, 6 de setembro de 1880.

POSSIDONIO, E. Entre ngangas e manipansos. Salvador: Sagga, 2018.

PRANDI; VALLADO; SOUZA. “Candomblé de Caboclo em São Paulo”. In: PRANDI, Reginaldo (Org.). Encantaria brasileira: o livro dos mestres, caboclos e encantados. Rio de Janeiro: Pallas, 2004.

REBOUÇAS, A. Conferederação abolicionista: abolição imediata e sem indenização. Panfleto n. 1. Rio de Janeiro: Typ. Central, 1883.

SANTANA, Tiganá. A cosmologia africana dos bantu-kongo por Bunseki Fu-Kiau: tradução negra, reflexões e diálogos a partir do Brasil. Tese (Doutorado em Estudos da Tradução) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 233. 2019.

SANTOS, Juana Elbin dos. Os Nàgô e a morte: Pàde, Àsèsè e o culto Égun na Bahia. Trad. UFBA. 14 ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

SIMAS, L; RUFINO, L.. A. Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas. Rio de Janeiro: Mórula, 2018.

SODRÉ, M. O terreiro e a cidade: a forma social negro-brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 2002.

SODRÉ, M. Samba, o dono do corpo. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.

SOUZA, Ana Lúcia Silva. Letramentos de reexistência: Poesia, Grafite, Música, Dança: hiphop. São Paulo: Editora Parábola, 2011.

THEODORO, Helena. O negro no espelho. Tese (Tese em filosofia) – Universidade Gama Filho. Rio de Janeiro, p. 258. 1985.

WELLER, Wivian. Minha voz é tudo o que eu tenho: manifestações juvenis em Berlim e São Paulo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

Published

2020-06-18