Uma nota para algum vestígio da escritura

Autores/as

  • Lucas Roberto Moraes UERJ

Resumen

Quando uma escritura começa, se começa, põe-se à beira de um grande risco. Esse risco representa, por um lado, a possibilidade da indeterminação de sua intenção originária e interior, isto é, de sua força auto-fundante que tenta, a todo custo, resistir às forças de suas proliferações e, por outro lado, diretamente ligado ao pulsar dessa inevitável disseminação, representa o vazio que constitui o lançamento à sorte de sua posição. Representa, com isso, o risco de tornar-se corruptível e incalculável, de modo que os limites entre início, meio e fim estejam constantemente embaçados, pouco delimitados e sua reprodução fuja do controle de uma significação primeira e absoluta. Uma escritura, então, além de arriscar-se pelo erro, pela rasura, pela falta, pela indeterminação, pelo abismo de sua promessa, também assume o constante risco que a cerca e que a forma. É assumindo esse risco que, pelo desvio de uma questão, pretendo tatear algum vestígio para o que resta de indecidível à noção de escritura às sombras do pensamento de Jacques Derrida.

Publicado

2024-10-12