A apropriação da psicanálise pelo neopragmatismo

Marcelo Barreira

Resumo


A visão neopragmática da psicanálise discorda da centralização do self da  tradição metafísica e indica uma nova redescrição de si: uma redescrição  estética. Para sustentar sua proposta, Freud é visto por Rorty como um  exemplo de pensador edificante, pois a psicanálise fornece uma riqueza de  desdobramentos morais e político-culturais. Em grandes linhas, nosso autor  compreende o mundo psíquico, baseando-se no pensamento de Donald  Davidson, como o encontro entre “quase-pessoas” como “conjuntos de  crenças e desejos”; sobretudo o consciente e o inconsciente, que considera polos paradigmáticos das instâncias psíquicas. Para compreender  essa construção plural e dinâmica da subjetividade, este artigo enfatiza a  análise de textos de Rorty escritos após 1989; em especial, Freud e a reflexão moral.


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DOI: https://doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP2021v73i3p.70-79

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