Desafios e possibilidades do viver sem ver
DOI:
https://doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP-2022v74.15330Keywords:
Deficiência visual, Teoria ator-rede, Versão, Política ontológica, pesquisarCOMAbstract
O presente artigo tem por objetivo acompanhar o desenrolar de um dispositivo clínico, destinado às pessoas com deficiência visual do Instituto Benjamin Constant. Para tal empreendimento, partimos dasformulações teórico-metodológicas da Teoria Ator-Rede (TAR) e dos termos Versão, Política Ontológica e PesquisarCOM. Estes são articulados de modo a propiciar uma reflexão acerca da concepção predominante da cegueira enquanto déficit, tal como os atores e as práticas que a sustentam. Lançamos luz sobre o nosso campo de atuação, a fim de fazer proliferar outras realidades que admitam a pessoa cega como aquela que pode ser eficiente. Assim, concluímos que é possível a construção de lugares propositivos em relação à deficiência visual que transportem a possibilidade de invenção e
reinvenção de si.
References
Associação Brasileira de Normas Técnicas. (1994). Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos: NBR 9050. Rio de Janeiro: ABNT.
Deficiência. (2009). In Dicionário online de Português. Matosinho: 7 Graus. Recuperado de: https://www.dicio.com.br/deficiencia/
Deleuze, G. (1990). O que é um dispositivo? In G, Deleuze, A. Glucksmann, M. Frank, & E. Balbier et al. (Orgs.), Michael Foucault, filósofo (pp. 155-161, W. F. Nascimento,Trad.). Barcelona: Gedisa.
Deleuze, G. (1991). A dobra: Leibniz e o Barroco. Campinas: Papirus.
Despret, V. (2004). Le cheval qui savait compter. Paris: Les empecheurs de penser en rond.
Despret, V. (1999). Ces émotions qui nous fabriquent: Ethnopsychologie de émotions. Paris: Les empêcheurs de penser en rond.
Despret, V. (2011). Fractal: Revista de Psicologia, 23(1),5-82. Recuperado em 24 setembro de 2022, de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=1984-029220110001&script=sci_issuetoc
Diniz, D. (2003). O modelo social da deficiência: A crítica feminista. Série Anis, (28), 1-8.
Kastrup, V. (2008). O lado de dentro da experiência: atenção a si e produção de subjetividade numa oficina de cerâmica para pessoas com deficiência visual adquirida. Revista Psicologia: Ciência e Profissão, 28(1), 186-199. https://doi.org/10.1590/S1414-98932008000100014
Kastrup, V. (2010). Atualizando virtualidades: Construindo a articulação entre arte e deficiência visual. In M. Moraes, & V. Kastrup (Orgs.), Exercício de ver e não ver: Arte e Pesquisa com pessoas com deficiência visual (pp. 52-73). Rio de Janeiro: NAU.
Kastrup, V. (2015). A experiência de perder a visão: reabilitação funcional e reinvenção existencial. AYVU: Revista de Psicologia, 2(1), 2-27. https://doi.org/10.22409/ayvu.v2i1.22188
Kastrup, V., Carijó, H. F., & Almeida, C. M. (2009). Abordagem da enação no campo da deficiência visual. Informática na Educação: Teoria & Prática, 12(2), 114-122. https://doi.org/10.224561982-1654.9605
Latour, B. (2001). A esperança de pandora. Bauru: EDUSC.
Latour, B. (2002). Reflexão sobre o culto moderno dos deuses fe(i)tiches. Bauru: Universidade Sagrado Coração.
Latour, B. (2005). Por uma antropologia do centro. Mana, 10(2), 397-414. https://doi.org/10.1590/S0104-93132004000200007
Latour, B. (2006). Changer de société: Réfaire de la sociologie. Paris: Éditions La Découverte.
Latour, B. (2008). Como falar do corpo? A dimensão normativa dos estudos sobre a ciência. In J. Nunes & R. Roque (Org.), Objectos impuros: Experiências em estudas sobre a ciência (pp. 39-60). Porto: Afrontamento.
Latour, B. (2012). Reagregando o social: Uma introdução a teoria do ator-rede. Salvador: Universidade Federal da Bahia.
Law, J. (2003) Making a mess with method. Mess in Social Science Research. Recuperado de:
http://www.leofoletto.info/wpcontent/uploads/2016/08/john_law_after_method_
mess_in_social_science_research_international_library_of_sociology__2004.pdf
Manso, C. C. (2010). Narrativas do cegar: Re (criações) de um corpo (Dissertação de
mestrado). Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Martins, B. S. (2004). Políticas sociais na deficiência: A manutenção da exclusão. In
Congresso luso-afro-brasileiro de ciências sociais: A questão social no novo Milênio, 8.
Resumo (p. 12). Coimbra: Portugal.
Martins, B. S. (2006). E se eu fosse cego? Narrativas silenciadas da deficiência. Porto:
Afrontamento.
Martins, B. S. (2010). Deficiência e política: Vidas subjugadas, narrativas insurgentes. In M.
Moraes & V. Kastrup, V. (Orgs.), Exercício de ver e não ver: Arte e pesquisa com pessoas
com deficiência visual (pp. 52-73). Rio de Janeiro: NAU.
Mol, A. (2007). Política ontológica: Algumas ideias e varias perguntas. In: J. Nunes, & R.
Roque (Orgs.), Objectos impuros: Experiências em estudos da ciência (pp. 63-55). Porto:
Afrontamento.
Mol, A. (2002). The body multiple: Ontology in medical practice. Durnham: Duke University.
Mol, A. (2010). Care and its values. In A. Mol, I. Moser, & J. Pols (Orgs.), Care in practice: On tinkering in clinics, homes and farms Bielefeld (pp. 215-234). Bielefeld: Transaction.
Moraes, M. (2004). A ciência como rede de atores: Ressonâncias filosóficas. História, Ciências, Saúde: Manguinhos, 11(2), 321-33. http://doi.org/10.1590/S0104-59702004000200006
Moraes, M. (2007). Modos de intervir com jovens deficientes visuais. Psicologia Escolar e Educacional, 11(2), 311-322. https://doi.org10.1590/S1413-85572007000200010
Moraes, M. (2009). Entrevista com Bruno Sena Martins. Fractal: Revista de Psicologia, 21(1), 189-192. https://doi.org/10.1590/S1984-02922009000100016
Moraes, M. (2010). PesquisarCOM: política ontológica e deficiência visual. In M. Moraes & V. Kastrup (Orgs.), Exercício de ver e não ver: Arte e pesquisa COM pessoas com deficiência visual (pp. 26-51). Rio de Janeiro: NAU.
Nathan, T. (2001). Nous ne sommes pas seuls au monde. Paris: Les empêcheurs de penser en rond.
Oliver, M. (1990). The politics of disablement. London: MacMillan.
Rodrigues, M. R. C. (2013). Mosaico no tempo: Uma inter-ação entre corpo, cegueira e baixa visão (Dissertação de mestrado). Universidade Federal Fluminense, Niteroi, RJ, Brasil.
Sousa, J. B. (2009). O que percebemos quando não vemos? Fractal: Revista de Psicologia, 21(1), 179-184. https://doi.org/10.159/S1984-02922009000100014
Sousa, J. B. (2013). A acessibilidade como campo de pesquisa: Um panorama e os desafios investigativos no século XXI. Revista Benjamin Constant, 19(esp), 20-29.
Star, S. L. (1996) O poder, a tecnologia e a fenomenologia das convenções: Ou de ser alérgica às cebolas. Revista Crítica de Ciência Sociais, (46), 69-107.
Stengers, I. (2002). A invenção das ciências modernas. São Paulo: 34.
Viard, J. M. Q. (2013). Entre cegos, videntes e obras de arte: A poética dos encontros. (Dissertação de mestrado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ.
Viégas, M., & Tsallis, A. (2011). O encontro do pesquisador com seu campo de pesquisa: de janelas a versões. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 6(2), 298-304.
Downloads
Published
Issue
Section
License
The approval of the text implies immediate and without charge assignment for the rights of publication in Arquivos Brasileiros de Psicologia, which will have the exclusive right upon the first publication. Notwithstanding the above, the author retains the copyright to later publications. In case of republishing the paper in other media, it is recommended to mention the first publication in Arquivos Brasileiros de Psicologia.
Copyright for papers published in this journal are the authors', with first publication rights granted to the journal. By virtue of their appearance in this open access journal, the papers are free access for educational and non-commercial purposes.
Partial reproduction of other publications
Submitted manuscripts which contain extracts from other publications should comply with the specified limits to ensure originality of the submitted work. It is recommended to avoid reproducing figures, tables, charts or graphs extracted from other publications.
Manuscripts which contain reproduction of one or more figures, tables, charts or graphs extracted from other publications shall be forwarded to evaluation only if they are accompanied by written permission from the copyright holder of the original work for the specified reproduction in Arquivos Brasileiros de Psicologia. The permission should be addressed to the author of the submitted work. Under no circumstances Arquivos Brasileiros de Psicologia and the authors of the published papers in this Journal will transfer the rights thus obtained.