Os grupos de mulheres no enfrentamento à violência de gênero: direções éticas

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP2021v73i2p.52-66

Palabras clave:

Violência de gênero, Grupos de mulheres, Micropolítica, Produção de subjetividade

Resumen

Este artigo discute os grupos de mulheres, dispositivos utilizados desde o início dos movimentos feministas para trabalhar questões de gênero, como um caminho para a construção e intensificação de estratégias de resistência junto a mulheres em situação de violência de gênero. Propomos algumas direções éticas que conduzem a práticas micropolíticas capazes de sustentar no grupo aquilo que se multiplica entre suas participantes, inventando possíveis entre impossibilidades e apostando na potência de conexões entre diferentes modos de existência. Grupo ético-estético-político que gera efeitos e que pode favorecer a produção de novos entendimentos e práticas relacionadas às composições de gênero e às relações de poder vivenciadas pelas mulheres em seus relacionamentos e na sociedade. A aposta é que nestes grupos ocorra a articulação entre subjetividade e política e que o espaço grupal permita que as cristalizações de lugares e papéis que as mulheres constroem em suas histórias se desfaçam.

Citas

Aguiar, K. F., & Rocha M. L. (2007). Micropolítica e o exercício da pesquisa-intervenção: Referenciais e dispositivos em análise. Psicologia: Ciência e Profissão, 27(4), 648-663. https://doi.org/10.1590/S1414-98932007000400007

Baremblitt, G. (1996). Compêndio de análise institucional e outras correntes. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos.

Barros, R. B. (2009) Grupo: A afirmação de um simulacro (3a ed., Coleção Cartografias). Porto Alegre: Sulina/Editora da UFRGS.

Barros, R. D. B. (1994) Grupo e produção. In G. Baremblitt, Saudeloucura (Vol. 4, pp. 145-154). São Paulo: Hucitec.

Deleuze, G. (1996). O que é um dispositivo. In G. Deleuze, O mistério de Ariana. Lisboa: Vega.

Deleuze, G., & Guattari, F. (2011). Introdução: Rizoma. In G. Deleuze, & F. Guattari,

Mil platôs: Capitalismo e esquizofrenia (2a ed., Vol. 1, pp. 17-49). Rio de Janeiro: Ed. 34.

Escóssia, L., & Kastrup, V. (2005). O conceito de coletivo como superação da dicotomia indivíduos sociedade. Psicologia em Estudo, 10(2), 295-304. https://doi.org/10.1590/S141373722005000200017

Foucault, M. (2010). Polêmica, política e problematizações. In M. B. Motta (Org.), Michel Foucault: Ética, sexualidade, política (2a ed., Coleção Ditos e escritos, Vol. 5, pp. 225-233). Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Garcia, L. P. (2016). A magnitude invisível da violência contra a mulher. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 25(3), 451-454. https://doi.org/10.5123/s1679-49742016000300001

Guattari, F. (2016). Micro-fascisme. In F. Guattari, Lignes de fuite: Pour um autre mode de possibles (pp. 161-182). La tour d’Aigues: Éditions de L’Aube.

Heilborn, M. L., Araújo, L., & Barreto, A. (Orgs.). (2011). Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, GPP-Ger: Módulo V. Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília, DF: Secretaria de Políticas para Mulheres.

Lucena, K. D. T., Vianna, R. P. T., Nascimento, J. A., Campos, H. F. C., & Oliveira, E. C. T. (2017). Associação entre a violência doméstica e a qualidade de vida das mulheres. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 25, e2901. https://doi.org/10.1590/1518-8345.1535.2901

Meneghel, S. N., Barbiani, R., Brener, C., Teixeira, G., Sttefen, H., ... Ramão, S. (2005). Cotidiano ritualizado: Grupo de mulheres no enfrentamento à violência de gênero. Ciência & Saúde Coletiva, 10(1), 111-118. https://doi.org/10.1590/S141381232005000100018

Oliveira, A. C., & Araújo, L. M. (2018). Violência de gênero e estratégias de resistência de Mangueirinha/RJ. Revista NUPEM, 10(19), 96-108. https://doi.org/10.33871/nupem.v10i19.412

Pelbart, P. P. (2008). Elementos para uma cartografia da grupalidade. In F. Saadi, & S. Garcia (Orgs.), Próximo ato: Questões da teatralidade contemporânea(pp. 33 37). São Paulo: Itaú Cultural.

Rolnik, S. (2016). Cartografia sentimental: Transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre: Sulina/Ed. da UFRGS.

Romagnoli, R. C. (2017). Transversalizando as políticas públicas: Quando a intesetorialidade se torna rizomática. Psicologia em Estudo, 22(3), 421-422. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v22i3.35843

Romagnoli, R. C., Neves, C. A. B., & Paulon, S. M. (2018) Intercessão entre políticas: Psicologia e produção de cuidado nas políticas públicas. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 70(2), 236-250.

Silva, R. B., & Carvalhaes, F. F. (2016). Psicologia e políticas públicas: Impasses e reinvenções. Psicologia e Sociedade, 28(2) 247-256. https://doi.org/10.1590/1807-03102016v28n2p247

Soares, B. M. (2005). Enfrentando a violência contra a mulher: Orientações práticas para profissionais e voluntários(as). Brasília, DF: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

Publicado

2022-06-22

Número

Sección

Artículos