A ética como método no encontro entre psicanálise e socioeducação
DOI:
https://doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP2021v73i3p.227-241Resumen
Neste escrito, partimos de uma experiência de pesquisa-extensão com adolescentes internados no sistema socioeducativo. Nele, sublinhamos algumas das particularidades metodológicas de uma pesquisa em psicanálise no âmbito da socioeducação. Essa prática na instituição, a um só tempo, amplia as bordas da intervenção clínica tradicional e nos coloca frente a narrativas pautadas por um excesso de real, sobretudo tributário de vivências dos jovens que vivem em situação de violência e vulnerabilidade. Com este estudo, pretendemos dar seguimento às produções que temos desenvolvido sustentadas na ideia de a ética psicanalítica configurar-se como método.Citas
Benjamin, W. (1994). Experiência e pobreza (Obras escolhidas I: Magia, técnica, arte e política, pp. 115-116). São Paulo: Brasiliense. (Originalmente publicada em 1933).
Brasil. (1990). Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o estatuto da criança e do adolescente e dá outras providências.
Catroli, V., & Rosa, M. D. (2013). O laço social na adolescência: A violência como ficção de uma vida desqualificada. Revista Estilos da Clínica, 18(2), 297-317.
Ferenczi, S. (1992). Confusão de língua entre os adultos e a criança. In S. Ferenczi, Psicanálise IV (pp. 97-106). São Paulo: Martins Fontes. (Obra original publicada em 1933).
Freud, S. (2010). Caminhos da terapia psicanalítica (Obras completas vol. 14, pp. 279-292). São Paulo: Companhia das Letras. (Originalmente publicado em 1919).
Freud, S. (2010). A questão da análise leiga: Diálogo com um interlocutor imparcial (Obras completas vol. 17, pp. 124-237). São Paulo: Companhia das Letras. (Originalmente publicada em 1926).
Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Sul. (2014). Pemseis: Programa de execução de medidas socioeducativas de internação e semiliberdade do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: FASE.
Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Sul. (2015). Relatório de atividades da fundação de atendimento socioeducativo: Relatório técnico. Porto Alegre: FASE.
Gurski, R. (2008). Juventude e paixão pelo real: Problematizações sobre experiência e transmissão no laço social atual (Tese de doutorado). Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
Gurski, R. (2012). Três ensaios sobre juventude e violência. São Paulo: Escuta.
Gurski, R. (2014). Três tópicos para pensar (a contrapelo) o mal na educação. In Voltolini (Org.), Retratos do mal-estar na educação contemporânea (pp. 25-45). São Paulo: Escuta.
Gurski, R. (2017). Jovens “infratores”, o RAP e o poetar: Deslizamentos da vida nua à “vida loka”. Revista Subjetividades, 17(3), 45-56. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v17i3.5573
Gurski, R. (2018). Adolescência, socioeducação e processos de subjetivação. Jornada de 20 Anos do NIPIAC. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Gurski, R. (2019a). A escuta-flânerie como efeito do encontro entre psicanálise e socioeducação. In R. Gurski, M. R. Pereira (Orgs.), Quando a psicanálise escuta a socioeducação (pp. 27-43). Belo Horizonte: Fino Traço.
Gurski, R. (2019b). A escuta-flânerie como efeito ético-metodológico do encontro entre psicanálise e socioeducação. Tempo Psicanalítico, 51(2), 166-194.
Gurski, R., & Pereira, M. (2016). A experiência e o tempo na passagem da adolescência contemporânea. Revista de Psicologia da USP, 27(3), 429-440. https://doi.org/10.1590/0103-656420150005
Gurski, R. & Strzykalski, S. (2018a). A pesquisa em psicanálise e o “catador de restos”: Enlaces metodológicos. Revista Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 21(3), 406-415. https://doi.org/10.1590/S1516-14982018003012
Gurski, R., & Strzykalski, S. (2018b). A escuta psicanalítica de adolescentes em conflito com a lei: Que ética pode sustentar esta intervenção? Revista Tempo Psicanalítico, 50(1), 72-98.
Gurski, R., & Strzykalski, S. (2018c). A “Invencionática” na pesquisa em psicanálise com adolescentes em contextos de violência e vulnerabilidade: Narrando uma trajetória de pesquisa. In K. Tarouquella, S. Conte, & D. Drieu (Orgs.), Proteção à infância e à adolescência: Intervenções clínicas, educativas e socioculturais (pp. 127-139). Brasília: Cátedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade.
Kehl, M. R. (2009). O tempo e o cão: A atualidade das depressões. São Paulo: Boitempo.
Lacan, J. (1992). O seminário, livro 7: A ética da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Obra original publicado em 1959-1960).
Lacan, J. (1998). A direção do tratamento e os princípios de seu poder. In J. Lacan, Escritos (pp. 591-652). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Obra original publicado em 1958)
Lacan, J. (2003). Discurso de Roma. In J. Lacan, Outros Escritos (pp. 139-171). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Obra original publicado em 1953)
Lacan, J. (2003). Televisão. In J. Lacan, Outros escritos (pp. 508-543). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Obra original publicado em 1973).
Martins, L., & Darriba, V. (2011). Do bem supremo à ética do desejo: Contribuições da psicanálise à discussão ética. Revista Princípios, 18(29), 203-229.
Pereira, M., & Gurski, R. (2014). A adolescência generalizada como efeito do discurso do capitalista e da adultez erodida. Revista Psicologia & Sociedade, 26(2), 376-383. https://doi.org/10.1590/S0102-71822014000200014
Queiroz, L. (2015, maio 11). O genocídio da juventude negra no Brasil. Portal Geledes. Recuperado de https://www.geledes.org.br/o-genocidio-da-juventude- negra-no-brasil/
Rosa, M. D. (2016). A clínica psicanalítica em face da dimensão sociopolítica do sofrimento. São Paulo: Escuta.
Rosa, M. D., Penha, D. A., & Ferreira, P. P. (2018). Intolerância: Fronteiras e psicanálise. Revista Subjetividades, (esp), 105-113. https://doi.org/10.5020/23590777. rs.v18iEsp.6739
Sato, F., Martins, R., Guedes, C. F., & Rosa, M. D. (2017). O dispositivo grupal em psicanálise: questões para uma clínica política do nosso tempo. Revista Psicologia Política, 17(40), 484-499.
Publicado
Número
Sección
Licencia
La aprobación de los textos implica a cesión inmediata y sin encargos de los derechos de publicación en la Revista Arquivos Brasileiros de Psicologia, que tendrá la exclusividad de publicarlos por primera. El autor continuará, no obstante, a detener los derechos autorales para publicaciones posteriores. En el caso de nueva publicación de los artículos en otros vehículos, se recomienda la mención a la primera publicación en Arquivos Brasileros de Psicologia.
Derechos Autorales para artículos publicados en esta revista son del autor, con derechos a primera publicación en la revista. En virtud de parecer en esta revista de acceso público, los artículos son de acceso gratuito, en aplicaciones educacionales y no comerciales.
Reprodución parcial de otras publicaciones
Manuscritos sometidos que contengan partes de texto extraídas de otras publicaciones deberán obedecer a los límites especificados para garantizar originalidad del trabajo sometido. Se recomienda evitar la reproducción de figuras, tablas y dibujos extraídos de otras publicaciones.
El manuscrito que contener reproducción de una o más figuras, tablas y dibujos extraídos de otras publicaciones sólo será encaminada para análisis si acompañado de permiso escrita del detentor del derecho autoral del trabajo original para la reproducción especificada en Arquivos Brasileros de Psicologia. El permiso debe ser direccionado al autor del trabajo sometido. En ninguna circunstancia Arquivos Brasileros de Psicologia y los autores de los trabajos publicados en esta Revista harán un repaso de los derechos obtenidos.