Violência e refinamento discursivo em A Grande Arte, de Rubem Fonseca

Autores

  • Murilo Eduardo dos Reis Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Araraquara -- SP
  • Maria Célia de Moraes Leonel Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Araraquara -- SP

DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106x/20182013446

Resumo

Rubem Fonseca é reconhecido, desde o lançamento de sua primeira publicação, pela representação da violência associada ao uso de uma linguagem sofisticada. Tal característica leva Alfredo Bosi a inseri-lo na corrente literária “brutalista”. Este artigo pretende verificar como é representada a brutalidade derivada dos desníveis sociais na sociedade brasileira em A grande arte, de 1983, segundo romance policial do autor. O escritor utiliza-se de aprimoradas técnicas narrativas para representar de maneira detalhada situações de violência explícita que envolvem o protagonista-narrador e outras personagens como o matador de aluguel. Com apoio em estudos sobre o romance policial, a narrativa brasileira e alguns problemas de técnica da narrativa, expomos a imbricação entre representação da violência, a crítica à desigualdade social e a composição própria do romance policial, construídas por um discurso requintado.

Biografia do Autor

Murilo Eduardo dos Reis, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Araraquara -- SP

Possui graduação em Letras (2014) e mestrado em Estudos Literários (2018) pela Universidade Estadual Paulista. Seguindo a linha de Teorias e Crítica da Narrativa, desenvolveu trabalhos voltados para manifestações literárias da violência em narrativas dos escritores Guimarães Rosa e Rubem Fonseca. Autor do livro de contos “Identidades secretas” (Lamparina Luminosa, 2016), atua como professor de Literatura e Língua Alemã.

Maria Célia de Moraes Leonel, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Araraquara -- SP

Possui graduação em Letras pela Fundação Dom Aguirre (1968), mestrado em Letras-Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (1976) e doutorado em Letras-Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (1985). É livre-docente (1998) (UNESP) e professora titular (2007) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira e Teorias e crítica da narrativa, pesquisando, principalmente, os seguintes temas: narrativas brasileiras, modernismo brasileiro, prosadores brasileiros como Guimarães Rosa, Machado de Assis e Graciliano Ramos, teorias e crítica da narrativa, literatura e história. Docente e orientadora do Programa de Pós-graduação em Estudos Literários da FCL/UNESP-Araraquara.

Referências

ARISTÓTELES. “Poética”. In: Aristóteles, Horácio, Longino. A poética clássica. Trad. Jaime Bruna. São Paulo: Cultrix, 2005.

BOILEAU, Pierre; NARCEJAC, ftomas. O romance policial. Trad. Valter Kehdi. São Paulo: Ática, 1991.

CANDIDO, Antonio. A educação pela noite. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011.

FIGUEIREDO, Vera Lúcia Follain de. Os crimes do texto: Rubem Fonseca e a ficção contemporânea. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

FONSECA, Rubem. A grande arte. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. FOSTER, Hal. O retorno do real: a vanguarda no final do século XX. Trad. Célia Euvaldo. São Paulo: Ubu Editora, 2017.

GENETTE, Gérard. Discurso da narrativa. Trad. Fernando Cabral Martins. Lisboa: Vega, [197-].

MANDEL, Ernest. Delícias do crime. Trad. Nilton Goldmann. São Paulo: Busca Vida, 1988.

PELLEGRINI, Tânia. A imagem e a letra: aspectos da ficção brasileira contemporânea. Campinas: Mercado de Letras; São Paulo: Fapesp, 1999.

REIMÃO, Sandra Lúcia. O que é romance policial. São Paulo: Brasiliense, 1983. RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Trad. Márcia Valéria Martinez Aguiar. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.

Downloads

Publicado

2018-07-11

Edição

Seção

Artigos