O trem e os andrajos

Autores

  • Mariana Quadros Pinheiro Colégio Pedro II, Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106X/2017193571587

Resumo

Este trabalho é parte dos esforços de revisão do tema da permanência da tradição no modernismo brasileiro e, especificamente, na poesia de Carlos Drummond de Andrade. Para tanto, recorreremos à correspondência do autor e analisaremos o poema “Sabará”, de Alguma poesia. Esse poema nos permite conhecer as primeiras reflexões do autor sobre o patrimônio nacional. Já aí se revela uma especificidade da obra do poeta, o tema do gozo da destruição, que se tornaria fundamental na obra drummondiana, estendendo-se para o prazer na contemplação dos andrajos da cidade colonial. Entre a tradição e sua ruína, a escrita de Carlos Drummond  de Andrade realiza uma leitura original da história da modernização brasileira. Essa leitura, ilumina as relações entre modernismo brasileiro e a escrita da história do Brasil.

Biografia do Autor

Mariana Quadros Pinheiro, Colégio Pedro II, Rio de Janeiro

Possui graduação em Letras Português/ Literaturas pela Universidade Federal Fluminense (2005), mestrado em Letras (Ciência da Literatura) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008) e doutorado em Letras (Ciência da Literatura) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014). É professora do Colégio Pedro II desde 2009. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária, atuando principalmente nos seguintes temas: educação literária, semiótica, relações entre linguagens, poesia moderna e contemporânea, Carlos Drummond de Andrade. Integra o grupo de pesquisa Literatura e Educação Literária.

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Publicado

2018-09-11

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Artigos